É indiscutível que neste espaço critico, amiúde, tudo o que me parece exasperante atraso civilizacional do nosso país. Ora, tais reparos baseiam-me, por norma, na comparação fácil entre o que se passa dentro das nossas fronteiras e naqueles países que nos habituámos a ver como mais desenvolvidos. Pelo que notícias como a de que o estado inglês pressionou empresas de media para cancelarem o humorista e actor britânico, Russell Brand, com base em alegados crimes, estragam um bocado a dinâmica desta minha coluna.
E isto é gravíssimo, estragarem-me a dinâmica desta crónica. Mas também o caso de Russell Brand. Senão vejam. Uma comissão parlamentar britânica tentou forçar várias plataformas de media a “desmonetizar” os conteúdos produzidos pelo comediante. Ou seja, o governo inglês procurou obrigar empresas privadas a pararem de fazer negócios com um cidadão privado, por haver alegações de que esse indivíduo cometeu crimes. Alegações. Não há sequer uma acusação. Muito menos um processo a decorrer em tribunal. Eventual condenação, essa, a existir um dia, estará a anos-luz.
Isto é um estado a interferir directamente nas relações profissionais entre privados, sem qualquer fundamento legal, com vista a destruir, no mínimo, a vida profissional de um seu cidadão. E isto não é o estado da Venezuela. É mesmo o inglês. E isto é mesmo desconcertante.
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