Pela segunda vez numa década, um Governo socialista pede uma intervenção externa porque é incapaz de resolver os problemas que criou. Em 2011, pediu ajuda financeira porque não tinha dinheiro para honrar os compromissos do Estado. Sem a vinda da troika, nesse ano, o Estado português não teria dinheiro para pagar os ordenados dos funcionários públicos e as pensões dos reformados. Como bem sabemos, o Governo de Sócrates demitiu-se e deixou a direita a tirar o país da falência, com o PS na oposição a atacar o Governo que corrigiu o desastre socialista.

Dez anos depois, um Governo socialista volta a pedir ajuda, desta vez apoio médico à Alemanha e à Áustria. A verdade é indiscutível: o Governo foi incapaz de controlar a pandemia. Tal como há dez anos houve uma crise financeira global europeia, também agora há uma crise pandémica global e europeia. Mas, mais uma vez, Portugal é o pior dos europeus. Eis o destino dos governos socialistas: colocar Portugal no último lugar da Europa. O que vale é que existem a União Europeia e a Alemanha para nos ajudarem.

Onde está agora a arrogância do ministro Pedro Nuno Santos, que gostava de ameaçar os alemães durante o período da troika? Recordam-se da frase do PNS, “os alemães que se ponham finos ou não pagamos a dívida?”. O que diz PNS agora a Merkel? Agora faz parte de um Governo que, humildemente, pediu ajuda ao governo liderado por quem ele tanto gostava de atacar. E também já anunciou que a TAP precisa da Lufthansa para se salvar. A esquerda socialista fala muito, mas quando se vê aflita pede ajuda à direita alemã. Sim, à direita, porque a esquerda alemã está a criticar o envio de pessoal médico alemão para Portugal. A solidariedade europeia, afinal, não é um exclusivo das esquerdas.

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