Há nesta ironia de ser chamado de radical por vozes como Pedro Nuno Santos um enorme deleite que é saber que a fonte do alarme de Pedro Nuno é este radicalismo genuíno de ambicionar colocar Portugal na vanguarda do crescimento e, finalmente, caminhar a passos largos para construir um país próspero, liberal e Europeu em toda a linha, longe do que tem sido a governança do PS.

A minha geração, por tantas vezes apelidada de “a mais preparada de sempre”, é também a mais atacada de sempre. Não temos forma de viver neste país que está miserável e que, por mais que o amemos, não nos dá os meios para construir uma vida cá e prosperar naquelas que são as nossas mais legítimas ambições. Poderia entrar nos impostos injustificados, na escola pública que funciona graças aos professores mas não ao Estado em si, do SNS que colapsa, poderia ficar páginas e páginas a enumerar um por um os pecados capitais do Partido Socialista, mas, acho, que já por muitas vezes nos focamos nisso. Proponho o seguinte exercício: que se mostre que o radicalismo está naqueles em que não querem ver o país real, embarcando em alucinações cor-de-rosa onde está tudo bem; mas não está.

Não será equívoco meu dizer, letra por letra, que este medo que os Liberais despertam em Pedro Nuno passa em romper com o historial de empobrecimento generalizado a que temos sido condenados e que o próprio não consegue nem quer dar verdadeiramente resposta – o que se vê na recusa de debates internos no PS. Vivemos pobres, mas precisamente por queremos romper com essa pobreza de Estado, financeira (das famílias) e até de espírito num governo sem rasgo nem ambição é que propomos ir mais além e concretizar aquilo que Portugal ainda pode ser se por isso o fizer.

Tenho todo o gosto em ser chamado de radical por Pedro Nuno Santos e por todos os que em rebanho o seguem, disso não tenho dúvidas, afinal de contas, já foi mais do que provado que para o PS o radicalismo está em cumprir aquele que, supostamente, é o mantra da esquerda. Garantir “a paz, o pão, a habitação, a saúde, a educação”, tal como Sérgio Godinho nos apresentou nessa música claramente de esquerda mas que, transportada para hoje, é o desenho perfeito para mostrar tudo o que os anos de governo PS não conseguiram garantir – principalmente quando governou com o apoio do BE e do PCP na famosa “geringonça”. Então, no que somos nós, Liberais, assim radicais, quando o que nos propomos afinal é a garantir que os trabalhadores conseguem pagar pelo seu pão, pela sua habitação sem ter de contar os trocos ao fim do mês e garantir o acesso universal à saúde e à educação? Porque é que somos chamados de radicais quando o propósito da ação de todos os Liberais é colocar o Estado a funcionar ao serviço do cidadão?

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Ainda vamos a tempo de garantir que conseguimos ter uma casa decente para construir a nossa família, ainda vamos a tempo de garantir que não temos de contar o dinheiro para colocar pão na mesa aqueles que um dia serão os nossos filhos; ainda vamos a tempo de reformar o SNS e a Escola Pública de forma a garantir que todos, todos, todos a eles conseguem aceder sem problemas ou filas de espera intermináveis.

Talvez por isso sejamos radicais. Preferimos lutar pelo nosso país, pela nossa comunidade e fazer o que tem de ser feito para sairmos da cauda da Europa do que vivermos subjugados e de joelhos a um Estado que tudo pode e nada dá.

Talvez por isso mesmo é que a geração a que eu e outros tantos fazemos parte lutam todos os dias por um país mais próximo do que são os grandes exemplos Europeus. Países como os BENELUX, a Suécia, a Dinamarca, a Irlanda, entre outros exemplos, países liberais na sua génese, social, política e economicamente, que garantem aos seus a hipótese de subirem na vida a trabalhar… É isto radical? Querer aproximar Portugal de outros bons exemplos na nossa Europa? Milhões de portugueses de primeira e segunda geração que nesses países vivem discordam, e é precisamente aí que está o radicalismo de quem não quer ver o país que temos hoje. Pedro Nuno, no alto da sua arrogância, entende que a cura para o estado do país é aplicar mais do que se foi aplicado antes – inclusive por ele quando foi ministro. Não é com mais PS que se resolvem os problemas que o PS criou. Não é com este PS que se vai reformar o SNS e a escola pública, garantindo a dignidade aos profissionais dessas áreas e aos próprios alunos. Não é este PS que vai colocar o dinheiro onde ele faz falta, no bolso de cada um dos que todos os dias se levanta para ir trabalhar e, garantidamente, não será este PS que irá colocar a minha geração a querer fixar-se por Portugal e fazer cá vida. Mas há uma alternativa.

Pedro Nuno Santos nega a sua génese na esperança de fazer o país crer na sua moderação; nega a realidade para que esta se adeque a sua visão alucinada do mundo. A promessa do PS é a liderança de um ex-ministro marcadamente incompetente no seu cargo e que está muito à esquerda do centro… Radical será sempre Pedro Nuno Santos que não se enxerga e entende que o caminho para a prosperidade é a perpetuação da miséria.

Àqueles que nos chamam de radicais, digo que somos sim ambiciosos, nesse desejo de colocar Portugal na vanguarda dos países prósperos, de garantir um país digno para os “mais qualificados de sempre” e de construir um país justo para os que depois de nos virão. Isto é decência. Isto é Liberalismo.