Segundo a página do Governo de Portugal, “atendendo ao consumo de novos produtos de tabaco pela população mais jovem, a proposta de alteração à Lei do Tabaco (Lei n.º 37/2007, de 14 de agosto), que será submetida pelo Governo à Assembleia da República, aumenta as restrições ao fumo e à venda de produtos de tabaco, tendo por objetivo diminuir os estímulos ao consumo e contribuir para uma geração livre de tabaco até 2040.

A Proposta de Lei(…) introduz como principais alterações:(…) Alargar a proibição de fumar ao ar livre dentro do perímetro de locais de acesso ao público em geral ou de uso coletivo, tais como estabelecimentos de saúde, estabelecimentos de ensino, recintos desportivos, estações, paragens e apeadeiros dos transportes públicos. Estas medidas produzem efeito a partir de 23 de outubro de 2023;

Impossibilitar a criação de novos espaços reservados a fumadores nos recintos onde já é proibido fumar nas áreas fechadas, excetuando-se os aeroportos, as estações ferroviárias(…)”.

As aspirações do Governo e a sua motivação são, para variar, claras e nobres. Contudo as medidas em si deixam também, aparentemente, clara toda uma tendência.

No decorrer “lógico” das alterações legislativas nos últimos anos, em 2032, não será de espantar, que os animais de companhia possam comer à mesa dos restaurantes e os fumadores não.

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Em 2032, entre a ação do Governo, de alguns movimentos do feminismo “woke” e do Tribunal Constitucional, uma mulher pode ser prostituta de forma liberalizada, contudo não pode manter aquela imagem de estar encostada à porta do seu “local de trabalho” a fumar.

Vai poder cobrar um serviço de penetração vaginal, mas vai poder fazer queixa do comportamento do cliente de assumir os seus pronomes. Vai poder aceitar fantasias de queimar clientes com pontas de cigarros, desde que não cometam o pérfido ato de os fumar.

Em 2032, haverá secções reservadas para pessoas que têm opiniões que incomodam quem está a jantar ao lado, como havia, faz uns anos, para os fumadores.

Opiniões, como achar que os dados sobre a disparidade da remuneração deveria incluir: valor do trabalho por hora, e não só a diferença dos absolutos, distinguindo receber melhor de trabalhar mais tempo; deveriam separar ocupações particularmente remuneradas, que pague o mesmo a ambos sexos, mas seja dominada por homens, daí advindo influência na média geral, etc… esses tipo de “falta de sensibilidade” para com a causa feminista… inadmissível em 2032.

Os fumadores na praia terão que se levantar, sair do areal, passar pelo bar da concessionária, sair dos passadiços das dunas para fumar um cigarro. Enquanto os canídeos vão poder defecar na areia a 20cm da toalha do fumador que acaba de voltar e ele terá que agradecer, ao canídeo,  porque a pessoa proprietária (se ainda se pode utilizar tal conceito) apesar de apanhar as fezes, primeiro terá de se queixar do cheiro a tabaco.

Voltando a 2023, acho que seria bom constatar que os fumadores, jovens e menos jovens, machos e fêmeas da espécie, trabalhando nas atividades mais antigas como a prostituição ou mais recentes como a programação, tendem a ser fumadores, a tornar-se e manter-se fumadores por motivos de libertação de stress ou ansiedade pessoal.

O stress ligado à pressão financeira, à pressão de objetivos e trabalho, à pressão de acesso a ensino superior, ao mercado de trabalho, a uma promoção, a aguentar o ambiente de trabalho tóxico, a uma vida de trabalho que quase não se aguenta mas que precisamos de “mais 5 anos de descontos” para não viver na miséria.

Ou, e agora nos mais novos, na ansiedade de integrar num grupo que, em segundos, publicará “ao mundo” que se é uma besta, racista, machista, fachista ou comunista e que não se conhece a tendência da rede social mais atual, se não se tem uma máquina de vapor que deita 3 metros cúbicos de um fumo verde que cheira a abacate… será que não deriva de um sistema de ensino que não nos ensina a ser cidadãos, a cuidar da nossa saúde mental, que não nos diz que temos valor, mesmo quando não se ganhe o suficiente para tirar selfies no nosso carro desportivo ou escreverem Dr. antes do nosso nome?

Que se procure uma vida mais saudável, mas realmente saudável! não só menos afetada pelo fumo e nicotina. A preocupação neste facto social combate-se com melhoria da experiência social geral.