Sim ou não? Ou, como se diz na Escócia, ‘yes or naw’? Estas são as únicas respostas possíveis à pergunta: deve a Escócia ser independente do Reino Unido? Segundo as mais recentes sondagens a população escocesa parece estar dividida e o apoio à independência nunca antes teve tantos apoiantes. 48% dos questionados planeiam votar “não”, mas 42% asseguram que a sua escolha é o “sim”, o que perfaz um aumento de seis pontos percentuais em apenas um mês. Com esta última sondagem, Blair Jenkins, representante do “sim”, prevê um resultado final favorável. “Esta reviravolta nas sondagens mostra que este é o grande momento do ‘sim’. Só precisamos de mais uma variação de três pontos” para dar a vitória ao Sim pela Escócia a 18 de setembro.

Nunca antes as sondagens sobre o referendo tinham mostrado valores tão próximos entre as duas opções em confronto e foram várias as celebridades, escocesas, mas não só, que já deram a cara e a voz na campanha. Do lado do “sim”, há nomes como Sean Connery, Irvine Welsh, Tariq Ali, Kevin Loach, Billy Bragg e Brian Cox.

Do lado do “não”, naw em vernáculo escocês, juntam-se Emma Thompson, David Bowie, J.K. Rowling, John Barrowman, Rod Stewart, Susan Boyle e Alex Ferguson. Entre os nomes do “sim” e “não”, integram-se, assim, o James Bond escocês e uma escritora de best-sellers juvenis inglesa. Destes dois, só um pode votar no referendo. E por mais pouco provável que possa parecer, é J.K. Rowlling que, embora seja inglesa, vive na Escócia, enquanto Sean Connery, embora escocês, vive nas Bahamas.

O referendo está a atrair atenção e uma forte campanha da parte do “sim”, uma vez que os nacionalistas acreditam que esta será a última oportunidade de estas gerações verem a Escócia independente. Já garantiram até que, se ganharem, 24 de março passará a ser o dia da independência escocesa. Se, até à data, os mercados financeiros tinham ignorado as potenciais consequências do referendo, a mais recente sondagem fez com que a libra baixasse 0,5% em relação ao dólar. O presidente d0 banco Kleinwort Benson já alertou que a vitória do “sim” pode traduzir-se no colapso da moeda.

Com uma população superior a 5,3 milhões de habitantes, estão registados para a votação 4,2 milhões de adultos. Outra das particularidades desta votação é a de que os adolescentes de 16 anos já podem votar para decidir o futuro do seu país. Podem votar escoceses e todos os cidadãos britânicos ou de países que pertençam à União Europeia que vivam na Escócia. Tendo em conta os valores das sondagens, parece óbvio que, seja qual for o resultado do referendo, o país vai continuar dividido.

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