O físico e cosmólogo britânico Stephen Hawking admitiu que a morte medicamente assistida é uma solução que consideraria no futuro, mas só se não se sentisse útil. “Querer manter alguém vivo contra a sua própria vontade, é a maior das indignidades. Consideraria o suicídio, sim, mas unicamente se estivesse a sofrer bastante, ou se me sentisse um peso para os que me rodeiam”, afirmou na BBC, em entrevista com o comediante Dara O’Briain.

A ciência, mas sobretudo o cosmos, são o que o mantém com vontade de viver e trabalhar. Stephen Hawking viu ser-lhe diagnosticada esclerose lateral amiotrófica aos 21 anos, e, na altura, os médicos não lhe previram que vivesse mais do que três anos.

Há muitos anos paralisado, restringido a uma cadeira de rodas, o cientista perdeu em 2013 até os movimentos faciais que lhe permitiam comunicar devido à doença degenerativa. Nessa altura, a Intel desenvolveu para si uma tecnologia que lhe permite comunicar através do movimento dos olhos.

Hoje, aos 74 anos, diz que viveu mais do que esperava, mais do que a ciência previu, e continua ativo. “Sentir-me-ia condenado se morresse sem antes desvendar mais e mais do universo. Se não tivesse mais o que contribuir, suicidar-me-ia”, revelou na entrevista.

A morte medicamente assistida é ilegal no Reino Unido e Hawking foi um dos subscritores (e maiores impulsionadores) de um projeto de lei apresentado ao Parlamento britânico que pede a legalização do procedimento, concretamente a pacientes que não tenham mais do que seis meses de vida.

Em 2014, durante o lançamento do filme inspirado na sua vida, “A Teoria de Tudo”, o cientista admitiu que na década de 1980 tentou mesmo pôr termo à vida. “Tentei fazê-lo, não respirando. Mas o reflexo da respiração era demasiado forte e não fui capaz”.

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