São poucas as pessoas que têm o dom de ver cores quando ouvem música (sinestesia), mas não é difícil imaginar que estas sejam luminosas, com um brilho quase fluorescente, quando o som é o da pop eletrónica de Chad Valley. Com dois EPs e um álbum editado, Hugo é uma máquina de fazer singles e tem a capacidade (rara) de fazer da pop orelhuda um estilo que parece fácil.

Chad Valley é o nome artístico de Hugo Manuel, mas desenganem-se os que continuam a achar que é português ou de ascendência lusitana. Hugo é de Oxford (Inglaterra) e em resposta a esta dúvida recorrente, esclareceu-nos que o facto de ter um nome “que soa a português é pura coincidência”. Apesar disso, diz-se “contente por ser um português honorário” (smile).

Fundou os Jonquil em 2006 e foi nesse papel que se apresentou em Portugal, em 2008. Pela primeira vez em nome próprio, o músico inglês regressa este sábado (27) para um espetáculo no Musicbox em Lisboa.

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Vem sozinho, em modo “one man show”, mas confessou-nos que se a agenda dos amigos permitisse, trazia companhia. Se olharmos para o leque de convidados que o ajudaram a fazer o álbum de estreia “Young Hunger” (2012), percebemos a vontade: Twin Shadow, Active Child, El Perro Del Mar, Glasser e Totally Enormous Extinct Dinosaurs, entre outros.

Mas que isso não sirva de desmotivação. Chad Valley está a preparar o segundo álbum (sai no início de outubro) que, ao contrário do primeiro, será feito “a solo”, sem convidados. Explicou-nos que se trata de um disco muito pessoal, “emocionalmente duro” e que por isso não faria sentido acrescentar-lhe outras vozes, “não seria natural”.

São precisamente alguns desses novos temas que promete tocar este sábado, no Musicbox. “Vocês vão ser dos primeiros a ouvir estas músicas, vai ser uma première!”. E sorte a nossa também, se a generosidade e simpatia do inglês que soa a português nos trouxer alguns dos (muitos) singles dos discos anteriores.