A Oi e a L1 Technology, empresa do milionário russo Mikhail Fridman, vão negociar em exclusividade durante sete meses um processo de consolidação no setor das telecomunicações brasileiras.

Em comunicado, a empresa brasileira, da qual a maior acionista é a portuguesa Pharol, revela que aceitou a proposta da L1 Technology que propõe investir quatro mil milhões de dólares numa operação que junte a Oi e a TIM, empresa de telecomunicações detida pela Telecom Italia no Brasil. 

Esta operação, caso seja concretizada, deverá permitir “uma redução da alavancagem da Oi, tornando-a um player mais robusto e a geração de importantes sinergias e ganhos de escala, promovendo geração de valor para todos os acionistas”, refere a operadora brasileira.

A Pharol é atualmente a maior acionista da Oi, com 27,18% do capital da operadora brasileira. O processo de consolidação no mercado brasileiro, foi o projeto assumido pela Oi depois de concretizada a fusão com a Portugal Telecom. Esta opção, feita no ano passado, na sequência da crise do Grupo Espírito Santo e da perda do investimento da PT na Rioforte, determinou a venda da PT Portugal por parte da Oi aos franceses da Altice, concretizada este ano.

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Mas só com a proposta recebida há uma semana, por parte do fundo Letter One Tecnology (L1 Technology) do investidor russo, é que o cenário de consolidação ganha mais força. Segundo a Oi, uma potencial união com a TIM Participações “deve resultar na constituição de um operador mais completo e bem posicionado, capaz de competir com players globais já instalados no País. O consumidor deverá sair beneficiado”.

Quem sairia também beneficiado são os credores da Oi, a empresa tem um elevado nível de endividamento, do qual parte “herdou” da Portugal Telecom, e os acionistas. Em uma semana, as ações da Pharol (antiga PT SGPS) valorizaram 17%. Hoje seguiam a subir mais de 4% nos 0,393 euros. Desde o valor mínimo, atingido em maio, a cotação da Pharol recuperou mais de 40%, mas ainda está a anos luz do valor da antiga PT SGPS. 

Evolução da cotação da Pharol no último mês

PHR PL Equity (Pharol SGPS SA) 2 2015-10-30 12-59-56

Não sendo ainda claro qual será a posição da TIM e da Telecom Italia à proposta da Oi, que deverá ser feita no prazo de dois meses, as principais dúvidas em relação à junção das operadoras residem agora na postura das autoridades brasileiras. 

Segundo o ministro brasileiro das comunicações, André Figueiredo, o governo pretende encontrar alternativas para evitar a redução do número de operadores que resultaria de um processo de consolidação e que poderia prejudicar os consumidores. Para este responsável, citado pelo jornal Valor Económico, o Brasil até tem espaço para mais operadores móveis do que os que tem atualmente.