O ex-presidente do Governo da Madeira e líder do PSD regional, Alberto João Jardim, defendeu que o partido “necessita de uma nova direção política nacional se quiser ter futuro”.

“O Partido Social Democrata necessita de uma nova direção política nacional se quiser ter futuro”, diz Jardim numa nota de solidariedade divulgada hoje com os deputados do PSD na Assembleia da República eleitos pela região que, segundo o Diário de Notícias da Madeira, foram “castigados” por Pedro Passos Coelho por terem votado favoravelmente o orçamento retificativo.

O ex-presidente dos sociais-democratas madeirenses refere que o PSD nacional “atreveu-se a punir os deputados Sara Madruga, Rubina Berardo e Paulo Neves, por terem colocado a Região que representam, acima da mediocridade da partidocracia que subjuga o povo português”.

Jardim salienta que os parlamentares da Madeira cumpriram as “indicações corretas” da comissão política do PSD insular e “no caso do Banif, defenderam o que foi melhor” para os madeirenses “ao votarem favoravelmente o Orçamento Retificativo”.

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“Espero agora que os nossos deputados recorram ao Tribunal Constitucional para, como sucedeu com os anteriores deputados, mais uma vez o grupo que controla o PSD nacional seja ainda mais desautorizado ante os portugueses”, sustenta.

Jardim também opina que “ainda bem que Marcelo Rebelo de Sousa, profundamente indesejado pelo grupo Passos Coelho, se soube desmarcar do neoliberalismo tolo que nos últimos anos desvirtuou o PSD, puxando agora pelo retorno às raízes sociais-democratas de Francisco Sá Carneiro”.

No entender do ex-governante madeirense, “é preciso que vença ante o retorno do pintassilguismo de discurso arrogante, redentorista, moralista e de conteúdo banal ou oco, que não dá para disfarçar num subconsciente fundamentalista-totalitário, ao estilo dos ‘ayatollahs’ iranianos”.

“Portanto, toda a minha solidariedade aos deputados da Madeira mais uma vez colonialmente perseguidos, que não tenham receio em descobrir o toutiço de gente que não sabe o que é uma Autonomia, ou esta receia”, vinca Jardim, concluindo que esta situação “mais uma vez prova que o futuro da Madeira não pode abdicar da luta autonomista, em vez de ser enganado em “consensos” interiores e exteriores”.

Hoje, também o atual presidente do executivo madeirense, Miguel Albuquerque, considerou ser “positivo” o alegado processo disciplinar do PSD nacional aos deputados sociais-democratas da região, observando que confirma o compromisso que assumiram de defender “em primeiro lugar, os interesses da Região antes dos interesses do partido, independentemente da conjuntura”.