O grupo extremista Estado Islâmico enfrentou esta terça-feira uma dupla ofensiva terrestre e aérea contra os seus redutos na Síria e no Iraque, com o apoio da coligação internacional liderada pelos Estados Unidos.

Após o lançamento de uma operação na cidade iraquiana de Fallujah, uma outra foi iniciada para ser recuperada a cidade de Raqa, “capital” do grupo extremista Estado Islâmico na Síria.

Os dois ataques são os mais importantes lançados contra o grupo desde que autoproclamou um califado no Iraque e na Síria, em junho de 2014.

Os dois ataques estão a ser liderados pelas forças norte-americanas e executados no terreno pelas tropas iraquianas e pela coligação curdo-árabe das Forças Democráticas da Síria.

Uma fonte das Forças Democráticas da Síria disse que receberam armas norte-americanas e que tropas dos Estados Unidos também estão a participar nos combates no terreno.

Durante uma visita sábado à Síria, o chefe das forças norte-americanas no Médio Oriente, o general Joe Votel, reuniu-se com as forças especiais dos Estados Unidos destacadas no nordeste do país, com os combatentes árabes-sírios e com responsáveis das Forças Democráticas da Síria.

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A recuperação de Raqa representa, com a reconquista de Fallujah e de Mossul no Iraque, o grande objetivo da coligação internacional contra o grupo extremista Estado Islâmico.

“É claro que, se os Estados Unidos querem eliminar o Estado Islâmico, têm de atacar várias frentes”, disse Fabrice Balanche, especialista em Síria do Instituto Washington.

“Cortar a estrada entre Mossul e Raqa não é difícil. Isso acabaria com o mito do Estado Islâmico transnacional”, acrescentou.

A Rússia, que apoia o regime militar de Bashar al-Assad, manifestou estar pronta para se coordenar com as Forças Democráticas da Síria e os Estados Unidos para recuperar Raqa.

Para o especialista iraquiano Hisham al-Hashemi, “Fallujah é muito importante para o Estado Islâmico”, porque caso a venha a perder, “só restam áreas desérticas até à fronteira com a Síria e as cidades de Rawa, Qaim e Ana”, na província de Al Anbar” e os seus bastiões ficam reduzidos a Hawija e Mossul, no Iraque, e Raqa, na Síria.

Tal como em Raqa, onde permanecem milhares de civis, as forças iraquianas também têm de ter em conta as cerca de 50.000 pessoas que ainda residem em Fallujah, segundo o Conselho Norueguês de Refugiados.