O ex-Presidente timorense José Ramos-Horta transmitiu um convite para que o Presidente português visite Timor-Leste, garantindo que Marcelo Rebelo de Sousa terá uma “receção tão entusiástica” quanto os festejos, naquele país, da vitória da seleção portuguesa de futebol.

“Sou portador de uma missiva do Presidente [timorense] Taur Matan Ruak para reiterar o convite ao senhor Presidente a visitar Timor-Leste, logo que lhe seja possível”, disse aos jornalistas Ramos-Horta, no final de uma audiência com Marcelo Rebelo de Sousa, no Palácio de Belém.

O antigo chefe de Estado timorense disse que o Presidente português se mostrou “muito, muito recetivo” ao convite.

“Quer visitar Timor-Leste, como não podia deixar de ser, é um grande amigo de longa data da causa de Timor-Leste, assim como todos os seus antecessores e os governantes portugueses. Nós, Timor-Leste, somos afortunados de ter amigos desta qualidade”, afirmou Ramos-Horta, que disse desconhecer se a deslocação poderá decorrer ainda este ano.

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Mas Ramos-Horta deixou uma garantia: “A receção ao professor Marcelo Rebelo de Sousa vai ser maior ou pelo menos igual aos festejos da vitória de Portugal, ontem [quarta-feira], contra o País de Gales”.

A vitória da seleção portuguesa de futebol foi festejada nas ruas de Díli por milhares de timorenses, numa longa caravana, numa festa sem precedentes no país.

Ramos-Horta comentou que o apoio dos timorenses à “seleção das quinas” demonstra a “proximidade emocional”.

“Podiam aplaudir qualquer outro, mas aplaudem sempre, sempre a seleção portuguesa ou qualquer clube português que jogue fora”, uma realidade que disse ter verificado também na Guiné-Bissau, onde esteve como representante especial do secretário-geral das Nações Unidas.

Durante o encontro em Belém, Ramos-Horta informou Marcelo Rebelo de Sousa sobre a “evolução relativamente positiva da situação política e económica” de Timor-Leste.

“Apesar dos grandes desafios que o Mundo enfrenta, Timor-Leste teve a felicidade de ter um fundo soberano, e tem sido possível, através das receitas do petróleo e gás, continuar a financiar o crescimento económico de Timor-Leste, que é o mais elevado dos países da CPLP e um dos mais elevados do Mundo, embora sabendo que nós partimos da estaca zero”, referiu, apontando que há “alterações significativas” na última década no seu país.