O ministro da Defesa, José Azeredo Lopes, afirmou este sábado “não haver novidades operacionais” sobre a participação portuguesa em missões do Afeganistão, mas assinalou a mudança de posição de alguns países, na cimeira da NATO, para investir naquele país.

“A novidade resulta de uma nova atitude da organização em relação ao Afeganistão. Com uma relativa surpresa, países importantes, que tinham um empenhamento muito forte no Afeganistão e que tinham pré anunciado um desinvestimento, acabaram por alterar essa posição e manter esse investimento ou mesmo reforçá-lo”, relatou.

Em conferência de imprensa no último dia da reunião, a decorrer em Varsóvia, o ministro notou a coincidência de posições sobre a necessidade das forças de segurança e militares afegãs “carecerem ainda de dois a cinco anos para terem plena autonomia”.

Atualmente, estão dez militares portugueses no Afeganistão. O primeiro-ministro, António Costa, confirmou, por seu lado, que Portugal continuará a dispensar uma verba, para esta missão da NATO, de um milhão de euros por ano até 2020.

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O governante resumiu, aos jornalistas portugueses, que os três objetivos desta cimeira bienal foram cumpridos: “O reforço da defesa e dissuasão coletiva”, nomeadamente nas decisões sobre o leste europeu, “empenhar a projeção da estabilidade no flanco sul”, e o “reforço da cooperação com a União Europeia”, para a criação de uma operação marítima no mar Mediterrâneo central.

Quanto à Rússia, o chefe do executivo regozijou-se pelo apoio dado à posição portuguesa de manter uma “relação equilibrada, assente na dissuasão, mas também no diálogo político”. António Costa focou ainda a participação nacional na segurança do ciberespaço, com a adesão ao centro de excelência da NATO nesta área e a “importância que vai ter a futura academia de Oeiras na formação em ciberdefesa”.

Os 28 membros da NATO concordaram este sábado em prolongar a sua presença no Afeganistão e reiteraram a promessa de financiar as forças de segurança locais até 2020. Atualmente, encontram-se 13 mil militares da NATO, a maior parte norte-americanos, a treinar e a apoiar as forças de segurança afegãs.

Para o próximo ano, o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, previu que o número de tropas se mantenha idêntico, porque o Afeganistão “ainda enfrenta instabilidade e violências sérias, pelo que o compromisso continuado político, militar e financeiro é da maior importância”.

A missão da NATO no Afeganistão custa cerca de 4,5 mil milhões de euros, por ano, com a grande parte a ser suportada pelos EUA. Stoltenberg anunciou que outros aliados juntaram quase mil milhões para 2017.