O líder do Estado Islâmico (ISIS), Abu Bakr al-Baghdadi, deixou uma mensagem as combatentes do movimento terrorista depois de mais de um ano sem aparecer e pediu aos membros do grupo que lidera para ficarem e combaterem, numa altura em que as forças iraquianas anunciam a entrada em Mossul.
O comandante das tropas do ISIS, na sua mensagem, apela aos seus combatentes para não desertem e mantenham a luta, mesmo que a derrota possa estar no horizonte: “segurar o nosso chão com glória é mil vezes mais fácil do que sairmos com vergonha. (…) “Esta… guerra total e a grande jihad com que o Estado Islâmico está a lutar hoje, só vem aumentar a nossa enorme convicção, se Deus quiser, e a nossa convicção é que isto tudo é um prelúdio para a vitória”, diz Baghdadi na gravação divulgada, segundo o jornal The Guardian.
Esta gravação de voz, atribuída a al-Baghdadi foi publicada online esta quinta-feira pelos seus apoiantes e foi a primeira vez em mais de um ano que o líder do ISIS “deu a cara”.
O jornal Telegraph afirma que, em março de 2015, pensava-se que o ataque aéreo ao líder do Estado Islâmico, em Mossul, tinha causado a sua morte, mas a organização terrorista veio desmentir esta afirmação.
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“Para todas as pessoas de Nínive, especialmente as tropas, tenham cuidado com qualquer fraqueza para enfrentar o inimigo”, afirmou ainda Baghdadi. Nínive é uma província iraquiana da cidade de Mossul, a terceira maior cidade do Iraque.
A mensagem deixada pelo chefe do ISIS até pode acabar com os rumores sobre o seu estado de saúde e a sua possível morte, mas o seu paradeiro ainda é incerto.
De acordo o jornal inglês, na última mensagem divulgada pelo extremista, que dizia respeito à morte do antigo líder, Abu Muhammad al-Adnani, que foi morto em agosto na Síria, Bagdhdadi instava a ataques contra a Arábia Saudita – o seu alvo preferido – e Turquia.
O então líder do Estado Islâmico dizia às suas tropas que os principais alvos na Arábia Saudita seriam as forças de segurança, funcionários do governo e membros da casa real, para “desviar as nações infiéis na guerra contra o Islão e a Sunna (muçulmanos sunitas) no Iraque e na Síria”. A mensagem divulgada dizia ainda aos combatentes para “soltar a sua raiva” contra as tropas turcas na Síria e levar a batalha para a Turquia.
Segundo o jornal britânico, Ancara, capital da Turquia, já possui tropas numa base fora de Mossul e o presidente turco, Recep Tayyip Erdoğan, tem levantado rumores acerca de uma intervenção turca unilateral no Iraque.