O edifício ao lado da 81ª esquadra da PSP, em Oeiras, deixou de pertencer à GNR e passou para as mãos da Polícia há já nove anos. Com dois pisos e três apartamentos, em formato camarata, teria capacidade para acolher 30 agentes deslocados em Lisboa – mas para isso seria necessário fazer obras profundas. Problema: não havia dinheiro. Solução, encontrada pelo Sindicato Independente Livre da Polícia (SILP): pedir ajuda ao programa Querido, Mudei a Casa, da SIC Mulher, conforme conta hoje o Diário de Notícias.

Os orçamentos inicialmente feitos pelo SILP, conta ao Observador o vice-presidente Hugo Jordão, rondavam os cinco mil euros. E só para tratar da remodelação de um dos pisos: “O interior estava bastante degradado, aquilo foi deixado ao abandono pela PSP, estava a apodrecer, o chão, por exemplo, teve de ser todo retirado. Achámos que, como eles faziam remodelações, podia ser uma boa solução”.

Não foi: “Responderam-nos por email a dizer que a obra não se enquadrava no programa, que faz remodelações de partes de casa ou de um apartamento, no máximo. A nossa era uma intervenção muito grande”. Ainda assim, a coisa correu bem: a produção encaminhou a obra para um dos seus maiores patrocinadores, o Leroy Merlin, que está neste momento a ultimar a remodelação de dois apartamentos de três quartos, sala, cozinha e casa de banho, que em breve serão ocupados por 18 agentes da PSP deslocados em Lisboa.

“O trabalho tem sido todo feito em regime de voluntariado, por funcionários da Leroy Merlin. E também ficou estabelecido que a empresa vai ainda fornecer o material para remodelar o piso de baixo, que é muito grande – a PSP é que vai ter de assegurar a obra”, acrescenta Rui Jordão.

Os trabalhos, que começaram em Novembro do ano passado, estarão quase a terminar. “Em princípio, a inauguração vai ser feita durante as comemorações dos 150 anos da PSP, no Dia da Polícia [2 de Julho]. O apartamento do lado direito será para mulheres, o da esquerda, para homens, nove de cada, que serão escolhidos pelos Serviços Sociais da PSP. A única coisa que nós, sindicato, pedimos foi que fosse colocada uma placa com o nome da empresa junto à porta.”

De acordo com o DN, os Serviços Sociais da PSP têm apenas 101 camas disponíveis (98 na região da Grande Lisboa, três em Coimbra) para os agentes colocados longe de casa, que são disponibilizadas em regime de arrendamento social temporário, geralmente a recém-formados na Escola Prática de Polícia. O objetivo será chegar às 170 em 2018. A contar com estas 18, só faltam 51.

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