O candidato às presidenciais francesas, François Fillon, vai ser formalmente investigado por suspeitas de desvio de fundos públicos e apropriação indevida de fundos. A informação, que foi avançada pelo jornal Le Canard Enchaîné, foi confirmada à Reuters pelo Procurador.

Depois de uma investigação preliminar, iniciada a 25 de janeiro, Fillon vai ser formalmente investigado pela criação de postos de emprego fictícios destinados à sua própria família. De acordo com o jornal satírico Le Canard Enchaîné, que começou a polémica, a mulher do antigo primeiro-ministro de França, Penelope Fillon, terá arrecadado cerca de meio milhão de euros como suposta assistente parlamentar do marido. E não só: ao todo, terá recebido mais de 900 mil euros numa acumulação de vários empregos. Os seus filhos também terão sido beneficiados.

O candidato já admitiu que empregou a mulher e os filhos, mas defendeu que os empregos eram reais e que a prática era legal na altura. Além disso, Fillon garantiu não existirem razões para devolver o dinheiro que a mulher e os filhos receberam durante os anos que foi primeiro-ministro. Além do candidato, que foi ouvido esta terça-feira por um juiz, a sua mulher também será presente a tribunal. A sessão está marcada para 28 de março, de acordo com o Le Monde.

Fillon terá recebido fatos à medida de alfaiate de luxo no valor de 48.500 euros

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Esta semana, o semanário Journal du Dimanche divulgou que, desde 2012 (ano em que deixou o cargo de primeiro-ministro), François Fillon terá recebido fatos por medida no valor de 48.500 euros. Segundo o semanário, estes terão sido pagos ao famoso alfaiate Arnys de duas formas: 35.500 euros em dinheiro, entregue por uma jovem mulher na própria loja, e o restante em cheques.

François Fillon, candidato do partido republicano, era um dos favoritos às presidenciais francesas, agendadas para abril. Contudo, o escândalo lançado pelo Le Canard Enchaîné parece ter atirado por terra as espectativas de Fillon ultrapassar os outros candidatos. O ex-primeiro-ministro chegou a dizer que, caso fosse alvo de uma investigação, que desistiria da candidatura. Uma posição que acabou por deixar cair por terra, apesar das pressões.

François Fillon em queda após escândalo e pressionado a desistir

Na segunda-feira, em entrevista à rádio Europe 1, citada pelo Le Monde, François Fillon deixou claro que não tinha intenções de abandonar a corrida à Presidência francesa caso fosse indiciado.