Instalou o caos e o pânico no aeroporto de Orly, o segundo maior de Paris, quando roubou a arma a uma militar da operação “Sentinela”, o programa de anti-terrorismo francês criado depois dos ataques de novembro de 2015, e foi abatido de seguida por outros dois militares. Ziyed B. tinha 39 anos e um cadastro já conhecido da polícia – por furtos e tráfico de estupefacientes, segundo o Le Figaro. Na manhã deste sábado, ficou conhecido no mundo todo.

O nome todo é Ziyed Bem Belgacem e terá gritado “estou aqui para morrer por Alá, vai haver mortes”, afirmou François Molins, o procurador de Paris, em conferência de imprensa, depois do sucedido.

Bruno Le Roux, ministro do Interior, disse que o francês, natural de Paris, “já era conhecido da polícia e dos serviços secretos”, mas não estava identificado com uma ficha S – aquela que é atribuída aos suspeitos de terrorismo -, apesar de uma fonte da polícia ter dito à Reuters que Ziyed B. era um “radical islâmico”. As suspeitas apontam para que o francês se tenha radicalizado enquanto esteve detido, de março a novembro de 2016.

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De acordo com o que foi avançado pelo Figaro, o registo criminal de Ziyed B., que nasceu a 14 de fevereiro de 1978, estava anexado a uma ficha J — a das pessoas que estão a ser investigadas — e inclui “nove entradas” de delitos vários, de roubo à mão armada a tráfico de drogas. À data, estava a ser alvo de um processo judicial do Tribunal de Grande Instância de Paris, por causa de um assalto à mão armada.

Em 2015, chegou a ser investigado por causa da alegada “radicalização islâmica”, mas essa suspeita acabou por não ser confirmada.

Normalidade começa a ser reposta no aeroporto de Orly após homem ter sido abatido

Na manhã deste sábado, disparou sob três polícias que mandaram parar o carro em que seguia durante uma operação Stop, nas proximidades de Stains, a norte de Paris. Acabou por ferir um deles e fugir num carro, um Renault Clio branco, que foi encontrado mais tarde noutra ponta da cidade, em Vitry-sur-Seine, conta o Le Parisien.

Quando largou o Renault Clio branco, roubou um Citroën Picasso, que foi encontrado mais tarde perto do aeroporto, onde por volta das 08h30 (7h30 em Lisboa), tirou a arma de uma militar, tornando-a sua refém. Foi abatido minutos depois por outros dois militares que estavam no local. O irmão e o pai foram detidos para interrogatório.

Entretanto o terminal Oeste do aeroporto já reabriu. Os voos foram desviados durante a manhã para o aeroporto Charles de Gaulle.