O ex-conselheiro para a segurança nacional de Donald Trump, Michael Flynn, foi avisado pelo Departamento de Defesa em 2014 que não deveria aceitar pagamentos de entidades estrangeiras quando entrasse na reforma, mas não terá respeitado esta recomendação, segundo documentos a que o Senado norte-americano teve acesso. Flynn perdeu o seu posto na Administração Trump 23 dias depois de aceitar o cargo, por suspeitas de ter partilhado com os russos informações sobre o sistema de sanções norte-americanas imposto ao país.

É comum o Pentágono aconselhar os seus oficiais na reforma para que não aceitem pagamentos ou outros bens de entidades estrangeiras porque não só podem voltar ao ativo em caso de conflito como muitas vezes passam a fazer parte de outras instituições onde podem estar sujeitos a subornos. Mas Michael Flynn recebeu, em 2015, 45 mil dólares para aparecer na gala da RT, uma televisão russa alinhada com o Kremlin, ao lado do presidente Presidente Vladimir Putin.

Novos problemas surgiram quando a comunicação social noticiou que Flynnteria sido pago 580 mil dólares por serviços de “análise de assuntos internacionais” a Kamil Ekim Alptekin, um turco com interesses na área imobiliária e de consultoria, com ligação a Recep Erdogan, o presidente omnipotente da Turquia.

“Estes documentos levantam questões sobre as razões que terão levado o general Flynn a esconder que recebeu estes pagamentos depois de ter sido avisado explicitamente pelo Pentágono para que não fizesse. É possível que haja aqui uma ilegalidade”, disse Elijah Cummings, senador democrata que está à frente da comissão de escrutina as ações do governo.

O advogado de Michael Flynn disse contudo que o seu cliente deu conta de todos os pagamentos às entidades competentes.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR