Abdelbaki Es Satty, imã de uma mesquita em Ripoll (cidade catalã a cerca de 100 quilómetros a norte de Barcelona) está a tornar-se num dos elementos centrais da investigação aos atentados de Barcelona e Cambrils, que provocaram 14 mortos, sendo considerado pelas autoridades espanholas como o possível líder da célula terrorista que planeou os ataques.

A imprensa espanhola está a avançar esta tarde que Abdelbaki Es Satty, 45 anos, esteve preso até 2012 por suspeitas relacionadas com as suas ligações ao estrangeiro. Ao mesmo tempo, Es Satty teria relações com os terroristas do atentado de 11 de março de 2004 em Madrid, em que morreram 191 pessoas. De acordo com fontes da investigação, Es Satty será um salafista radical (uma corrente fundamentalista do Islão sunita) e poderá ser o líder de uma célula terrorista formada por 12 pessoas:

  • 5 foram abatidos em Cambrils
  • 2 morreram na explosão em Alcanar um dia antes do ataque
  • 4 foram detidos
  • 1 continua a monte, sendo o presumível condutor da carrinha em Barcelona

A casa do imã, em Ripoll, foi investigada pela polícia em busca de vestígios de ADN que pudessem ajudar a perceber se Es Satty foi ou não um dos extremistas que morreram na explosão na casa de Alcanar na quarta-feira, onde a célula alegadamente estaria a preparar explosivos para utilizar num ataque de maior dimensão. Dois cadáveres foram encontrados nos escombros e um deles poderá ser o deste líder muçulmano radical.

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Quem são os suspeitos dos ataques terroristas da Catalunha

Segundo o jornal espanhol El Mundo, Abdelbaki Es Satty liderou a mesquita de Ripoll até há cerca de dois meses, quando se terá ausentado do país para ir passar três meses de férias em Marrocos. O próprio secretário da comunidade, Hammou Minhaj, confirmou à agência Efe que ninguém tornou a ver Es Satty desde junho. No entanto, o homem com quem o imã partilhava o apartamento afirma que o viu na última terça-feira.

Es Satty foi escolhido para liderar aquela comunidade porque “é muito complicado encontrar um imã nesta zona e ele estava livre“, depois de ter abandonado uma outra comunidade de que era líder espiritual, explicou Ali Yasine, presidente da comunidade islâmica de Ripoll, citado pelo El Mundo. Ao mesmo jornal, tanto o secretário como o presidente da comunidade islâmica garantem que toda a gente “estava satisfeita” com o trabalho de Es Satty.

Era precisamente na região de Ripoll que viviam grande parte dos suspeitos ligados aos atentados de Barcelona e de Cambrils. Ainda de acordo com a reportagem do El Mundo, a maioria dos jovens já tinham sido vistos na mesquita liderada por Es Satty, mas há algum tempo que já não apareciam nas celebrações.