Amy Everett, conhecida por “Dolly” devido aos anúncios publicitários que fazia para a empresa Akubra, na Austrália, cometeu suicídio aos 14 anos. De acordo com a família, a tragédia aconteceu por sofrer de ciberbullying.
Numa publicação no Facebook, o pai da menina, Tick Everett agradeceu todas as palavras de apoio que recebeu na rede social, mas também disse que esta semana foi um exemplo de como as redes sociais não devem ser utilizadas, referindo-se ao ciberbullying de que a filha foi alvo.
Tick Everett disse ainda que espera que o que aconteceu possa “ajudar outras vidas preciosas a não se perderem” e convidou aqueles “que através do bullying se sentiram superiores” a comparecerem no funeral para que possam ver “a completa devastação que criaram”.
A empresa para a qual Amy fazia campanhas publicitárias desde os oito anos, mostrou, através da conta de Instagram, a tristeza que foi receber a notícia. “A Dolly escolheu pôr fim à vida para escapar ao bullying de que era alvo. Ela ainda nem tinha 15 anos. Pensar que alguém pode sentir-se tão sobrecarregado e que o suicídio é a sua única opção é inconcebível”.
A empresa realça ainda que é necessário “ter a certeza” de que qualquer pessoa que esteja numa situação semelhante saiba que há sempre alguém com quem pode falar, pois “a Dolly pode ser a filha, a irmã, a amiga de alguém”.
De acordo com a BBC, a família partilhou um desenho feito por Amy recentemente, com uma figura magrinha e com a seguinte inscrição por trás: “Fala, mesmo que a tua voz trema”. A família diz que a “mensagem poderosa” mostra o lugar “escuro e assustador para onde ela viajou”.
Na Austrália, uma em cada cinco crianças disse ter sido alvo de bullying no ano passado. De acordo com o Centro Nacional Contra o Bullying (NCAB, na sigla em inglês), enquanto as taxas de bullying diminuíram ligeiramente durante a última década, o ciberbullying teve um aumento acentuado.
“O que é diferente no caso do ciberbullying é que pode ser constante, 24 sob 24 horas”, disse Jeremy Blackman, do NCAB.