Já não há margens para dúvidas. A Ucrânia elegeu hoje o sucessor de Viktor Ianukovich. Petro Poroshenko, o magnata do chocolate, venceu este domingo as eleições presidenciais na Ucrânia por maioria absoluta, escreve a Bloomberg de acordo com as últimas sondagens à boca das urnas. Com mais de 50% dos votos, não vai haver segunda volta.

Duas sondagens diferentes dão vitória ao milionário, com 55,9% e 57,8%, mais do que os 50% de que precisava para ser eleito logo na primeira volta e muito à frente do resultado obtido pela ex-primeira-ministra Iulia Timoshenko, que fica em segundo com apenas 12,9% dos votos.

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Perante estes números não haverá segunda volta eleitoral, que estava marcada para o dia 15 de junho. Ou seja, se o sucessor de Ianukovich não saísse das eleições deste domingo, a Ucrânia teria de esperar mais três semanas para ter um chefe de Estado considerado legítimo. A linha de argumentos dos apoiantes de Poroshenko era precisamente essa – o país não aguenta nem mais uma semana.

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O processo eleitoral, no entanto, não foi pacífico, pelo menos no leste e sudeste do país. Nas regiões de Donetsk e Lugansk os confrontos continuaram e as milícias separatistas pró-russas impediram os cidadãos de votar em muitas das mesas de voto. De acordo com a Reuters, só 20% das assembleias de voto naquelas regiões estiveram a funcionar.

Depois de seis meses de tensão crescente entre o oeste pró-europeu e o leste pró-russo, mais de 30 milhões de ucranianos votaram este domingo para eleger o sucessor do presidente que a revolução depôs. O novo presidente tem assim pela frente a difícil tarefa de tirar o país da bancarrota e de unir os ucranianos em torno de um ideal comum.

Resta saber qual vai ser a reação de Moscovo. É que o boicote no leste, que impediu de votar mais de 15% da população, pode dar ao Kremlin a desculpa perfeita para duvidar da legitimidade da votação. No início desta semana o presidente russo Vladimir Putin admitiu pela primeira vez que iria “respeitar” o presidente saído das eleições e anunciou a retirada de milhares de tropas russas que estavam há meses estacionadas na fronteira.