A direção do PS esteve reunida esta tarde. O secretariado nacional do partido discutiu se deve ou não haver um congresso extraordinário. À saída, Francisco Assis disse manter-se ao lado de António José Seguro: “Não sou nenhum troca-tintas”.

O cabeça-de-lista às eleições europeias não quis dizer qual a posição relativamente a um congresso extraordinário, remeteu para a intervenção que irá fazer no sábado, na comissão nacional, mas quis no entanto frisar que tanto António Costa como António José Seguro estão a “agir em função daquilo que acreditam que é p melhor para o PS”. Assis, já tinha mostrado o apoio público a Seguro, logo no dia em que António Costa se disponibilizou, mas esta quarta-feira foi contra a posição do líder do partido no que diz respeito ao sentido de votação da moção de censura do PCP.

Além de Assis, apenas, Carlos Zorrinho falou aos jornalistas, mas à entrada. Carlos Zorrinho, ex-líder parlamentar, fez uma comparação inédita dizendo que o PS foi transformado na última semana numa “enorme casa dos segredos” para ver qual dos dois Antónios, Seguro ou Costa, sai da liderança do partido.

“Nesta última semana, o PS foi transformado numa enorme casa dos segredos, já que parece que a única discussão é a de saber qual o António [Seguro ou Costa] que fica na casa, qual o António que sai da casa. Só falta fazer um sistema de chamadas de valor acrescentado”, comentou, usando a ironia. Carlos Zorrinho, falava aos jornalistas à entrada para a reunião extraordinária do secretariado nacional do PS.

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Já lá dentro, citado pela Lusa, o secretário-geral do PS, António José Seguro, afirmou que o partido e a democracia portuguesa vivem uma situação única, com uma contestação a um líder que ganhou duas eleições e está legitimado democraticamente. De acordo com fonte oficial socialista, esta posição foi transmitida por António José Seguro logo na intervenção de abertura da reunião.

António José Seguro, perante os restantes membros da sua direção, fez uma intervenção curta. “Quero ouvir-vos antes de tomar a minha decisão que vou anunciar, em primeira mão, à comissão nacional do PS”, que se realiza sábado, no Vimeiro, referiu Seguro, citado pela mesma fonte deste partido.

Depois, António José Seguro considerou que se vive “uma situação única no PS e na democracia portuguesa: a contestação a um líder que ganhou duas eleições e que está legitimado democraticamente”.

A reunião da direção do PS foi marcada por António José Seguro, depois de se ter encontrado com António Costa na tarde de quarta-feira. Depois dessa reunião, Seguro fez apenas saber que “registava” a intenção de António Costa de se candidatar à liderança do PS. No entanto, no dia anterior, fonte oficial da equipa de Seguro tinha feito saber que o secretário-geral recusava a marcação de um congresso extraordinário e de eleições diretas, o que obrigava António Costa a conseguir ou uma maioria de votos na comissão nacional do partido ou conseguir uma dupla maioria: de federações distritais que representem a maioria dos militantes.

Amanhã, os socialistas reúnem-se em comissão nacional.