O Egito avançou esta segunda feira à noite uma iniciativa para terminar com o ataque israelita à Faixa de Gaza, propondo a israelitas e palestinianos que cessem as hostilidades a partir das 07:00 (hora de Lisboa) de terça-feira. Os ataques aéreos israelitas já causaram 184 mortos e 1.287 feridos em sete dias, segundo o balanço mais recente dos serviços de socorro, o que ultrapassa o número de baixas de outra ofensiva israelita, em novembro de 2012.

Os dirigentes do Cairo propuseram o cessar-fogo pouco antes do início de uma reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros da Liga Árabe, convocada de urgência para discutir o ataque de Israel. A proposta foi feita também na véspera da chegada à capital egípcia do secretário de Estado norte-americano, John Kerry, que multiplicou, nos últimos meses, os seus contactos com palestinianos e israelitas, bem como com as potências regionais, para procurar relançar as negociações bilaterais, que se encontram suspensas.

A iniciativa israelita prevê “uma paragem total das hostilidades aéreas, marítimas ou terrestres” das duas partes, a partir de terça-feira, e a abertura de negociações sobre a entrada de bens no enclave palestiniano, que está sujeito a um bloqueio. O Egito propõe acolher delegações israelitas e palestinianas de alto nível para abrir as discussões, 48 horas depois do início da trégua.

A agência da Organização das Nações Unidas para os refugiados palestinianos destacou, na segunda-feira, a forte proporção de crianças entre as vítimas. Entretanto, centenas de foguetes disparados a partir da Faixa de Gaza causaram quatro feridos graves em Israel.

O Egito, que sob a Presidência do islamita Mohamed Morsi tinha negociado o fim das hostilidades em 2012, já disse que mantém contacto com Israel e o Hamas, mas que se confronta com “a teimosia” dos protagonistas. Antes, o Hamas tinha afirmado que aceitaria um cessar-fogo se Israel cessasse os seus bombardeamentos à Faixa de Gaza, libertasse prisioneiros e levantasse o bloqueio ao enclave palestiniano. Por seu lado, Israel excluiu o fim das operações enquanto o Hamas continuasse a lançar os foguetes contra o seu território.

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