Os líderes do grupo BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) estão reunidos esta quarta-feira com os chefes sul-americanos com a intenção de estreitar relações entre os dois blocos. Pouco antes de entrar para a reunião, que decorre à portas fechada em Brasília, a presidente argentina, Cristina Kirchner, criticou a atuação de fundos e organizações internacionais financeiras que compram dívidas públicas de países em crise.

“É preciso acabar com essa espécie de pilhagem internacional no âmbito financeiro […] Não podemos permitir que lhes seja dada uma hipoteca do futuro”, afirmou Cristina Kirchner, referindo-se a fundos que adquirem dívidas públicas não honradas, a um baixo custo, para mais tarde cobrar o valor integral.

A líder da Argentina encontra-se em Brasília para participar no encontro entre os líderes do BRICS e da Unasul (União das Nações Sul-Americanas), bloco formado por Argentina, Bolívia, Brasil, Colômbia, Chile, Equador, Guiana, Paraguai, Peru, Suriname, Uruguai e Venezuela.

Kirchner, que lida com uma severa crise económica no seu país, também criticou os organismos multilaterais financeiros, entre eles o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial. Na terça-feira, os líderes do BRICS assinaram um acordo para a criação de duas instituições semelhantes, porém voltadas prioritariamente a projetos que realizados dentro de seus próprios países.

Entre os novos organismos estão um Banco de Desenvolvimento do BRICS, com um capital inicial no valor de 50 mil milhões de dólares (36,7 mil milhões de euros), e um fundo de contingência de reserva, no valor de 100 mil milhões de dólares (73,9 mil milhões de euros).

Inicialmente, os recursos estarão disponíveis apenas aos membros do próprio grupo, mas poderão ser disponibilizados, no futuro, também a países “na área de interesses” do BRICS.

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