Neto de uma das figuras mais destacadas na luta contra ditadura militar no Brasil, Miguel Arraes, o candidato a presidente do Partido Socialista Brasileiro (PSB) Eduardo Campos, parece ter estado sempre ligado à política, tendo tido a primeira participação mais ativa em 1985 como presidente da associação de estudantes da Universidade Estadual de Pernambuco onde se formou em Economia. Cinco anos depois filiava-se no PSB, de que agora era presidente.

O estado de Pernambuco garantiu grande parte da carreira política de Eduardo Campos começando por elegê-lo para deputado estadual em 1990 e para deputado federal quatro anos depois. Cargo para o qual foi reeleito novamente em 1998 e 2002. A população de Pernambuco voltou a dar-lhe um voto de confiança quando o elegeu para governador em 2006, com o cargo revalidado em 2010, na altura o governador melhor votado do país. Um cargo de governador que o avô já tinha ocupado em 1963, 1987 e 1995. Eduardo Campos chegou mesmo a ser chefe do gabinete da campanha de Miguel Arraes em 1986.

A vida política de Eduardo Campo também esteve ligada à ciência. Em 1987 esteve na criação da primeira Secretaria de Ciência e Tecnologia do Nordeste enquanto chefe do gabinete do governador Miguel Arraes. Em 2004, e durante a presidência de Lula da Silva, foi convidado a ocupar o Ministério da Ciência e Tecnologia, tornando-se o mais jovem dos ministros nomeados. Destacou-se neste cargo por ter permitido a investigação com células estaminais.

Ainda apoiou o início do governo de Dilma Rousseff, mas rompeu com o Partido dos Trabalhadores no início do ano passado. Agora disputava a presidência do país com a atual presidente – com 9% dos votos na sondagem da Ibope de 7 de agosto, o terceiro lugar atrás de Dilma Rousseff e Aécio Neves. Escolheu para o acompanhar, como vice-presidente, Marina Silva, ministra do Ambiente de 2003 a 2008.

Nasceu numa das famílias mais influentes do Brasil. Enquanto Eduardo Campos, presidente do partido desde de 2005, parece ter seguido o exemplo político do avô e da mãe, Ana Arraes, deputada do PSB desde 1990, o irmão António Campos é escritor como o pai, Maximiano Campos. Casou com Renata Campos, também economista, de quem teve cinco filhos, o mais novo nascido em janeiro deste ano.

Morreu esta quarta-feira, três dias depois do seu aniversário, no mesmo dia em que faleceu o avô Miguel Arraes, em 2005.

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