A antiga gestora do Programa de Desenvolvimento Rural (PRODER), Gabriela Ventura, que foi exonerada do cargo em julho, vai ser ouvida esta terça-feira pelos deputados da Assembleia da República para explicar os motivos da sua saída.

A audição de Gabriela Ventura, a propósito da sua exoneração, foi pedida pelo PCP e aprovada pela Comissão de Agricultura e Mar a 24 de julho.

A antiga gestora do PRODER (programa que gere os fundos comunitários para a agricultura entre 2007 e 2013) tinha contrato com a administração pública até dezembro de 2015, altura em que o programa termina, mas foi-lhe comunicada a demissão em meados de junho, segundo noticiou na altura o Expresso Diário.

De acordo com o jornal, o secretário de Estado da Agricultura, José Diogo Albuquerque, afirmou que “Gabriela Ventura foi convidada para ser a futura gestora do PDR 2020 [programa que sucede ao PRODER no período 2014-2020], mas não aceitou o convite”.

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Gabriela Ventura contrapôs que o seu mandato “foi interrompido” e questionou o facto de ter sido “exonerada quando os restantes gestores de outros programas de financiamento do quadro comunitário” vão cumprir os mandatos até ao fim.

Para a substituir foi nomeada a coordenadora da comissão de instalação do Programa de Desenvolvimento Rural (PDR 2020), Patrícia Cotrim.

A nova gestora é licenciada em Engenharia Agronómica e antes de ser coordenadora da comissão operacional de instalação do PDR 2020 passou pela Maltibérica, uma fábrica de malte pertencente à Intermalta e à Unicer, que foi liderada pelo ministro da Economia, António Pires de Lima, até meados do ano passado.

Gabriela Ventura foi exonerada no mesmo mês em que foi anunciada a suspensão do regime de transição do PRODER, uma medida que estava a ser usada para assegurar a continuidade do investimento até à entrada em vigor do novo PDR 2020 e que apanhou as empresas do setor de surpresa.

Na altura, o Ministério da Agricultura justificou a “pausa” com a necessidade de fazer um ponto de situação das cerca de 10 mil candidaturas entradas ao abrigo do regime de transição do PRODER, que deram origem a 1.300 projetos já aprovados.

Na passada sexta-feira, a ministra da Agricultura, Assunção Cristas, anunciou que as candidaturas para o Programa de Desenvolvimento Rural (PDR) abrem no dia 15 de novembro, salientando a importância de ter sido negociado com a União Europeia um “período de transição”.

Assunção Cristas recordou que atualmente as candidaturas estão “em pausa”, dada a “avalanche” de 1.600 candidaturas mensais, estando em avaliação se voltarão a abrir.