Foi a maior Oferta Pública Inicial (OPI) de sempre, no valor de 19,48 mil milhões de euros. No dia em que as ações da Alibaba começaram a ser negociadas na bolsa nova-iorquina, a 19 de setembro, o valor de mercado da empresa chinesa de comércio eletrónico bateu gigantes da tecnologia como o Facebook ou a Amazon.com e atingiu um valor superior a 230 mil milhões de dólares, ou seja, 179,26 mil milhões de euros.
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O segredo por detrás da Alibaba? A China. Segundo o Wall Street Journal, existem cerca de 600 milhões de chineses a navegar na internet, quase o dobro da população dos Estados Unidos da América (EUA). Em 2013, num único dia, um terço de todos os adultos chineses utilizaram os sites da Alibaba e gastaram mais de cinco mil milhões de dólares, ou seja 3,8 mil milhões de euros, em mais de 100 milhões de compras. Só a Alibaba já vendeu mais bens do que a Amazon.com e o eBay juntos.
Segundo uma estimativa da Bain & Co, citada pela Forbes, o mercado chinês online vai aumentar 32% até 2015. Dos mais de 600 milhões de utilizadores da internet, cerca de 300 milhões fazem compras online e a publicação adianta que ainda existe espaço para crescer. E vai mais longe: até 2015, o número de chineses que utiliza a internet pode atingir 850 milhões no próximo ano.
Vai a Alibaba destronar a Walmart?
O sucesso das compras online chinesas chega a causar inveja em Silicon Valley, nos EUA, diz o Wall Street Journal, mas corre um “risco massivo”. A lei chinesa proíbe que acionistas estrangeiros possuam uma participação maioritária nas empresas que Pequim apelida de “indústrias estratégicas e emergentes”, como a internet.
Com limitação ou não da lei, Jack Ma, que fundou a empresa em 1999, disse em entrevista à CNBC, na sexta-feira, que quer que a Alibaba ultrapasse a Walmart, considerada a maior empresa do mundo pela revista Fortune. Em outubro do ano passado, o presidente executivo, Jonathan Lu, já tinha dito que o objetivo era que a Alibaba ultrapasse o gigante norte-americano em 2016. Segundo as previsões do líder, a Alibaba vai atingir um volume de negócios de 490 mil milhões de dólares em 2016, ou seja, 381,9 mil milhões de euros.
O que é que pode impedir a tecnológica chinesa de atingir este objetivo? O facto de a empresa estar tão dependente da economia chinesa, que está, segundo o artigo de opinião que Gordon G. Chang, especialista em economia chinesa, assinou na Forbes, a “tropeçar”, com o consumo privado estagnado, as importações a caírem e os retalhistas a registarem evoluções negativas nas vendas. Mais: as perspetivas em torno da empregabilidade não são as melhores, com uma estimativa para o crescimento do emprego que não deve ser superior ao de 2012, 0,37%.
Contudo, Jack Ma já veio a público dizer que quer que a Alibaba seja uma “empresa verdadeiramente global” e que pondera avançar para o mercado europeu e norte-americano. Gordon G. Chang adiantou que apesar de as ambições do fundador serem globais, o crescimento das negociações fora da China vai ser lento. Sobre a estimativa de Jonathan Lu, de a tecnológica chinesa ultrapassar a Walmart em 2016, o especialista considera não só errada, mas também arrogante.