Três franceses suspeitos de jihadismo detidos na Turquia e identificados pelas autoridades francesas acabaram a passear-se nas ruas de Marselha. A confusão causa embaraço ao ministro da Defesa francês, numa altura em que o país tem os níveis de vigilância antiterrorista no máximo.

Tudo se passou esta terça-feira, quando a Turquia enviou os três suspeitos num avião para Marselha. Segundo relata o Le Monde, o acordado com as autoridades francesas era enviá-los para Paris, onde os agentes estariam a aguardar, mas o comandante não permitiu que entrassem no avião sem os documentos necessários. A polícia turca decidiu então embarcá-los no avião seguinte com destino a França, ainda que para uma cidade diferente, e não avisou Paris. Só que o Ministério do Interior francês anunciou na mesma a detenção, que chegou a ser noticiada pela imprensa do país.

Ao mesmo tempo, Imad Djebali, Abdelouahed Baghdali e Gael e Maurize chegavam a Marselha, no sul de França. Como não havia ninguém à espera deles, decidiram dar um passeio pela Canebière, uma das avenidas principais da cidade.

Quando as autoridades antiterroristas locais perceberam o que se tinha passado, apressaram-se a emitir mandatos de captura para os três homens, que na quarta-feira de manhã se foram entregar num posto de polícia de uma aldeia 170 quilómetros a noroeste de Marselha. Só que, quando tocaram à campainha, mais uma vez não estava lá ninguém para os receber. Todos os polícias tinham saído para procurar os suspeitos.

Os três franceses, que deixaram o país em fevereiro para combater na Síria ao lado do Estado Islâmico, ficaram desiludidos com o que encontraram e, em agosto, decidiram entregar-se na fronteira turca. Entre eles está o cunhado de Mohamed Merah, autor dos ataques de Toulouse, em 2012, em que morreram sete pessoas.

O ministro da Defesa francês, Jean-Yves Le Drian, mostrou-se muito indignado com a situação “infeliz”, e culpa a Turquia. “Manifestamente, houve uma confusão. Isto deve-se em parte às dificuldades e à falta de colaboração das autoridades turcas”, disse à France Info, alertando que é necessário reforçar as relações com as autoridades turcas.

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