O grupo radical Estado Islâmico (EI) reforçou hoje o seu avanço sobre grande parte de Kobane, na Síria, que está a ser defendida por forças curdas, enquanto a ONU teme um “massacre” se a cidade capitular nas mãos dos ‘jihadistas’.

Os aviões da coligação liderada pelos Estados Unidos realizaram dois novos ataques durante a madrugada sobre posições dos rebeldes do EI no leste e no sul da cidade curda síria, situada nas proximidades da fronteira turca, de acordo com o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

Segundo a ONG, cerca de 40% da cidade já está nas mãos do Estado Islâmico.

Enquanto a campanha aérea contra o EI entra no seu terceiro mês no Iraque e na terceira semana na Síria. Os líderes militares de 21 países da coligação devem reunir-se na terça-feira, em Washington, para avaliar a sua estratégia.

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Em Kobane, que se tornou num símbolo da resistência contra o Estado Islâmico, os combates continuam de forma intermitente, depois da tomada pelos ‘jihadistas’ do quartel-general das forças curdas no norte da cidade, segundo a ONG.

Os rebeldes do EI tentam avançar em direção à periferia norte da cidade, a um quilómetro da Turquia, com o objetivo de tomar o posto de fronteira e assegurar o controlo de um longo trecho do território sírio junto ao país vizinho.

Os membros do EI tentam ganhar terreno também a partir de setores conquistados no leste, sul e oeste da cidade, em direção ao centro de Kobane, mais as forças curdas conseguem ainda repelir os seus avanços.

Segundo Mustafa Ebdi, um militante curdo que faz viagens de ida e volta entra a Turquia e Kobane, as forças curdas estão cada vez mais desesperadas, com menos munições e pedindo mais ataques aéreos.

Desde 16 de setembro, cerca de 500 combatentes morreram, segundo a OSDH, e cerca de 70 cidades sírias caíram nas mãos do EI. Cerca de 300 mil pessoas fugiram, das quais 200 mil para a Turquia.

Aproveitando-se da guerra civil em curso há três anos na Síria, o EI armou milhares de pessoas, incluindo ocidentais, e conseguiu tomar largas faixas de território no norte e leste do país. O grupo controla também grandes áreas no Iraque.