O chefe do Executivo de Hong Kong, Leung Chun-ying, mostrou-se esta quinta-feira disponível para iniciar conversações com a Federação de Estudantes, uma das três organizações que lideram os protestos, na próxima semana.
“Ao longo dos últimos dias, incluindo esta manhã por via de terceiros, manifestamos aos estudantes o nosso desejo de iniciar um diálogo para discutir o sufrágio universal o mais rápido possível, esperando [que tal possa suceder] na próxima semana”, disse o chefe do Executivo aos jornalistas.
A oferta de diálogo surge depois de um pico de dois dias de violência entre a polícia e os manifestantes durante o qual foi divulgado um vídeo com imagens da agressão de um grupo de polícias a um manifestante nas ruas da antiga colónia britânica.
As imagens, gravadas pela estação TVB, que mostram um membro do Partido Cívico Ken Tsang a ser agredido, geraram uma onda generalizada de revolta sobretudo entre os manifestantes que tinha acusado anteriormente a polícia de excessivo uso de violência e de falhar em protegê-los dos repetidos ataques de grupos pró-Pequim.
“Não devemos politizar este incidente”, disse CY Leung, recusando tecer mais comentários sobre o caso.
Os manifestantes exigem a demissão do chefe do Executivo e que Pequim recue na sua decisão, tomada em agosto, que prescreve que o chefe do Executivo de Hong Kong será eleito por sufrágio universal, mas só depois daquilo a que a ala democrata designa de “tiragem”.
Isto porque, ao abrigo da proposta de Pequim, os aspirantes ao cargo precisam de granjear o apoio prévio de mais de metade dos membros de um comité eleitoral, para poderem concorrer à próxima eleição, em que apenas dois ou três candidatos vão ser selecionados.
“A política é a arte do possível e nós temos que traçar uma linha entre as possibilidades e as impossibilidades”, sustentou.