O primeiro-ministro e presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, considerou hoje que os partidos da oposição revelaram “paroquialismo” ao não marcarem presença na condecoração do ex-presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, pelo Presidente da República, Cavaco Silva.

“É extraordinário que, tendo o Presidente da República decidido assinalar essa circunstância – numa cerimónia que, no fundo, pretende distinguir alguém que obteve essa distinção lá fora, reconhecida por todos – não tivesse havido um único partido da oposição que se tivesse feito representar nessa cerimónia”, declarou Pedro Passos Coelho, numa conferência sobre o Orçamento do Estado para 2015 promovida pelo PSD, num hotel de Lisboa.

“Como isto mostra o paroquialismo, para não dizer outra coisa, de muita gente na sociedade política em que ainda habitamos”, acrescentou o presidente do PSD, apontando Durão Barroso como “um português que presidiu à Comissão Europeia no período mais conturbado e difícil da própria Europa desde a II Guerra Mundial”.

O Presidente da República condecorou hoje o ex-presidente da Comissão Europeia José Manuel Durão Barroso, com o Grande Colar da Ordem do Infante D. Henrique, por serviços “de extraordinária relevância” para Portugal e a União Europeia.

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Durão Barroso, que em 2004 deixou as funções de primeiro-ministro e de presidente do PSD para assumir o cargo de presidente da Comissão Europeia, que ocupou até à passada sexta-feira, foi o segundo português a receber a título excecional esta condecoração destinada a chefes de Estado.

Referindo-se a esta condecoração, Passos Coelho salientou que Durão Barroso “foi presidente da Comissão Europeia durante dez anos” e subscreveu as palavras de Cavaco Silva: “Terá sido, talvez, disse-o o Presidente da República, e eu não posso estar mais de acordo, o mais elevado cargo internacional alguma vez desempenhado por um português no mundo moderno”.

Numa análise do período em que Durão Barroso presidiu à Comissão Europeia, o primeiro-ministro afirmou que, “nestes dez anos, muita gente prognosticou o fim do euro e o fim do projeto europeu”, o que não se verificou.

Segundo Passos Coelho, enquanto Portugal passou por um “período de severidade” resultante “de mais de uma década de políticas erradas”, a União Europeia “também passou por momentos de grande tensão, de grande desafio, e até de recessão e de crise económica”, o que exigiu “muita determinação das instituições europeias, dos governos europeus para vencer as dificuldades”.

De acordo com o primeiro-ministro, “essas dificuldades não estão todas ultrapassadas” e “ainda há riscos”, mas o balanço é positivo: “Estamos hoje mais fortes do que estávamos antes”.