O presidente do BPI vê como “exequível” a entrega de propostas vinculativas ao Novo Banco até “meio do segundo trimestre”, tal como foi apontado pelo governador do Banco de Portugal.

Fernando Ulrich garante ainda que a instituição que lidera tem “condições” para avançar para a compra do Novo Banco, num todo, se a operação se confirmar interessante.

“O BPI tem condições para mobilizar aquilo que é necessário para uma operação dessas [adquirir o banco como um todo], se ela confirmar o interesse que pensamos que pode ter. Temos condições para mobilizar aquilo que é necessário”, frisou o presidente do banco.

O responsável, que falava à Lusa e SIC Notícias à margem da entrega dos Prémios da revista Exame que decorreram na segunda-feira à noite, disse ainda que ” desde que seja fornecida a informação necessária em processos destes”, considera “exequível” o prazo avançado pelo governador do Banco de Portugal para receber as propostas vinculativas.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Carlos Costa disse na comissão parlamentar de inquérito à gestão do BES e do Grupo Espírito Santo (GES) na segunda-feira que as ofertas indicativas deverão surgir no começo do próximo ano e as vinculativas entre abril e “meio do segundo trimestre”.

Fernando Ulrich acrescentou que, sem mais novidades, o banco continua a analisar com interesse a possibilidade de adquirir o Novo Banco.

“O BPI está interessado em alargar a sua quota de mercado em Portugal, é o que está em causa, em todas as atividades do negócio bancário. Está interessado também em alargar a sua equipa, enriquecê-la com mais profissionais como aqueles que exercem funções no Novo Banco e, portanto, pensamos, que é uma oportunidade que pode vir a ser muito interessante”, afirmou à Lusa e Sic Notícias.

Na segunda-feira, Carlos Costa disse haver “indicação que há interessados” no Novo Banco, acrescentando que se for encontrada uma solução na qual seja garantida, por exemplo, a “concessão de crédito necessária” à economia ter-se-á “passado ao lado de uma tempestade”.

A venda do Novo Banco será feita com “transparência, segurança e estabilidade”, asseverou Carlos Costa, reforçando que a mesma vai ser seguida pela Comissão Europeia.

A 03 de agosto, o BdP tomou o controlo do BES, após o banco ter apresentado prejuízos semestrais de 3,6 mil milhões de euros, e anunciou a separação da instituição em duas entidades.

No chamado banco mau (‘bad bank’), um veículo que mantém o nome BES, ficaram concentrados os ativos e passivos tóxicos do BES, assim como os acionistas, enquanto no ‘banco bom’, o banco de transição que foi designado Novo Banco, ficaram os ativos e passivos considerados não problemáticos.