A greve dos tripulantes de cabine da Portugália (PGA) recomeçou este domingo com adesão total, segundo o sindicato, que critica o silêncio da empresa e pondera marcar nova assembleia de tripulantes para discutir mais formas de luta.

“Lamentamos que desde que entregámos o pré-aviso de greve, há três semanas, não tenha havido qualquer contacto da empresa com os tripulantes”, disse à Lusa Ivo Fialho, do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC).

A greve de hoje está a ter os mesmos resultados da realizada na sexta-feira, explicou o sindicalista, estando apenas a efetuar-se os voos incluídos nos serviços mínimos. Também tal como há dois dias, a PGA está a mudar voos e a alterar rotações, encontrando soluções que não prejudiquem os passageiros devido à paralisação.

“Recolocámos todos os passageiros e o impacto da greve está a ser reduzido”, afirmou Carina Correia, da direção de comunicação da TAP, empresa dona da PGA.

O dirigente sindical reconhece que “numa greve ninguém sai a ganhar” e que os tripulantes também “perdem” com a greve, mas ressalva não terem desistido de conseguir um diálogo com a empresa para que esta cumpra as suas obrigações legais.

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“Vamos esperar que a PGA tome esse passo” para um diálogo com o sindicato, precisou, adiantando estar a ponderar marcar uma nova assembleia de tripulantes para discutir novas formas de luta face à falta de resposta da empresa às exigências dos tripulantes.

A greve dos tripulantes de cabine da PGA tem a duração de dois dias, tendo o primeiro sido cumprido na sexta-feira, e o segundo começado às 00h00 deste domingo. Os tripulantes reivindicam o cumprimento do acordo de empresa e da legislação, nomeadamente no que toca a limites legais do cumprimento do serviço noturno e de prazos para alterar serviços planeados.

No pré-aviso de greve, o SNPVAC justifica este protesto com “o desgastado ambiente laboral causado por uma gestão operacional caracterizada por permanentes violações às regras laborais estabelecidas no clausulado do Acordo de Empresa PGA/SNPVAC vigente, desrespeitando os mais elementares princípios da negociação coletiva e revelando um total desrespeito pelos direitos dos tripulantes de cabine, nomeadamente, pelo agravamento contínuo e sistemático das suas condições de trabalho”.