O Governo francês decidiu colocar dez mil soldados nas ruas, mais cinco mil polícias a vigiar escolas judaicas, conta a BBC. As medidas chegaram depois de uma reunião entre François Hollande, o primeiro-ministro, Manuel Valls, o ministro do Interior, Bernard Cazeneuve, e os chefes da polícia e dos serviços secretos, procurando reforçar a vigilância na cidade após os ataques terroristas da última semana.
Um vídeo de Amedy Coulibaly, o homem que matou uma polícia e foi o autor do sequestro que vitimou quatros pessoas num supermercado, terá sido o mote para as medidas. No vídeo, disponível no YouTube, Coulibaly associa-se ao Estado Islâmico e justifica os atentados na capital francesa.
French prime minister says #CharlieHebdo attackers and hostage takers likely had accomplices http://t.co/gsKRG4XyIX
— The Wall Street Journal (@WSJ) January 12, 2015
A mobilização das tropas e polícias terá como destino os locais vulneráveis e eventualmente simbólicos, conta o Guardian. No seguimento do sequestro num supermercado judaico, o Governo optou por enviar polícias para controlar 717 escolas judaicas, anunciou o ministro da Defesa, Jean-Yves Le Drian. Este anúncio chega depois de o primeiro-ministro francês, Manuel Valls, ter afirmado que Amedy Coulibaly terá tido outras pessoas a ajudá-lo. A companheira de Coulibaly, Hayat Boumedienne, foi prontamente ligada a estes dois casos e, por isso, está a ser procurada pela polícia francesa. O ministro dos Negócios Estrangeiros turco disse, segundo o Guardian, que Hayat Boumedienne chegou à Síria há mais de uma semana. Para lá chegar viajou de Madrid para a Turquia, onde chegou no dia 2 de janeiro.
“Não só há ainda ameaças, como também pistas que temos de explorar, que estão associadas a estes ataques”, explicou o primeiro-ministro, Manuel Valls, numa entrevista à BFM TV, citada no Wall Street Journal. “A caça continua. (…) Nós pensamos que um dos indivíduos tinha um cúmplice. Nós achamos definitivamente que há cúmplices.”
The new security reality of Paris's métro after series of Islamist attacks pic.twitter.com/RNxatZFuLq
— Marc Burleigh (@marcburleigh) January 12, 2015
O ataque à redação do Charlie Hebdo e o sequestro num supermercado mataram 16 pessoas. A França chorou, uniu-se e saiu à rua ontem, domingo, numa marcha histórica com mais de um milhão de pessoas a desfilar na capital gaulesa. A elas juntaram-se 40 líderes políticos, como David Cameron, Angela Merkel, Benjamin Netanyahu e Mahmoud Abbas. Pedro Passos Coelho e Assunção Esteves representaram Portugal. No resto do território francês acredita-se que tenham saído às ruas qualquer coisa como quatro milhões de pessoas. O povo gritou “liberdade” e vincou que não tem medo.