A presidente da UGT, Lucinda Dâmaso, alertou nesta quarta-feira para os “efeitos perversos” dos estágios para desempregados de longa duração que o Governo quer implementar e exigiu que estes trabalhadores tenham proteção social. Lucinda Dâmaso elogia a aproximação dos desempregados de longa duração ao trabalho, mas considera que a medida hoje apresentada pelo ministro do Emprego, Pedro Mota Soares, aos parceiros sociais, pode ter “efeitos perversos se não for acautelada”.
À saída de uma reunião no Conselho Económico e Social (CES), a sindicalista disse que “os estágios não podem substituir os postos de trabalho que são necessários nas empresas” e pediu que se tenha atenção ao historial das empresas e que estas sejam obrigadas “a dar algumas garantias”.
Outra questão para que a UGT quer resposta é a proteçcão social: “Não está contemplada e para a UGT é inadmissível, será inaceitável que estes trabalhadores que vão ser estagiários (…) não estejam com proteção social”, frisou a responsável da UGT. A UGT entende também que o prazo de seis meses, previsto na medida, “é muito curto” e deve atingir, pelo menos, nove meses.
Sobre os incentivos à promoção da igualdade de género nas empresas, que a CGTP considera ser um financiamento para “cumprir a lei”, Lucinda Dâmaso afirmou que a UGT sempre se bateu pela questão. “Deve ser cumprido o que está estabelecido em termos legais, mas sabemos que na prática não é, e estes documentos irão com certeza reforçar o que os diplomas legais existentes já contêm”, salientou.