Um dia depois de a ministra da Administração Interna, Anabela Rodrigues, reunir com o PS para concertar esforços no combate ao terrorismo, os polícias do Corpo de Intervenção da PSP receberam ordens superiores para estarem mais atentos a “movimentos suspeitos” quando fizessem serviço de rua, e para terem consciência de que Portugal integra a União Europeia. Este sábado a hierarquia deu novas ordens: rever todo o armamento policial e reforçar a segurança a instalações.

Fontes policiais contactadas pelo Observador referem que “não há uma ameaça concreta”. Mas os ataques ao semanário satírico Charlie Hebdo e a um supermercado em Paris, França, fizeram com que, do ponto de vista europeu, a ameaça aumentasse. Recorde-se que, durante este dois ataques, morreram polícias. Também na Bélgica a polícia desmantelou uma célula suspeita de preparar um ataque terrorista. Os suspeitos não hesitaram em abrir fogo contra a Polícia.

A ministra da Administração Interna prepara-se para a reunião de ministros europeus que se realizará no final do mês em Bruxelas. Por outro lado, já há alguns meses que as leis antiterrorismo estão em cima da mesa para serem alvo de revisão. Sexta-feira, segundo fonte do Corpo de Intervenção da PSP, houve “indicação da hierarquia” para uma maior “atenção a suspeitos ou a movimentos suspeitos” quando estivessem em serviço de rua.

“Explicaram-nos que não havia uma ameaça concreta, mas que como Portugal faz parte da União Europeia, podia igualmente ser alvo de uma qualquer situação”, disse o elementos policial.

No sábado, novas indicações. Desta vez mais concretas. “A Unidade Especial de Polícia deve estar preparada para intervir. Mandaram-nos rever as armas, ver se são adequadas à ameaça e isso será uma tarefa a rever semanalmente. Também reforçaram a segurança a instalações de todo o País e estão a ver se os elementos que fazem esse serviço têm armas adequadas”, explicou a fonte.

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Fonte da Direção Nacional da PSP disse, por seu turno, estar tudo “dentro dos limites de serviço normais, considerando as incidências europeias que são transversais aos países da União Europeia”. As incidências europeias já se traduziram num reforço policial e de medidas adicionais contra os terroristas e o terrorismo.

O elemento que está ao serviço do Corpo de Intervenção da PSP sublinhou, no entanto, que quando aconteceram os ataques às Torres Gémeas, no World Trade Center, em Nova Iorque, em 2001, os elementos do Corpo de Intervenção foram chamados de urgência ao serviço. Mesmo os que estavam de férias. Isso ainda não aconteceu. Por enquanto, explica, são apenas medidas para garantir que a PSP está apta a atuar em caso de uma ameaça mais grave.

A Unidade Especial de Polícia está especialmente vocacionada para operações de restabelecimento da ordem pública, resolução e gestão de incidentes críticos, intervenção tática em situações de violência concertada e de elevada perigosidade, complexidade e risco. É ainda responsável pela segurança de instalações sensíveis e de grandes eventos, segurança pessoal dos membros dos órgãos de soberania e de altas entidades, inativação de explosivos e segurança em subsolo. Para tal, divide-se nas seguintes subunidades:

1. Corpo de Intervenção

2. Grupo de Operações Especiais

3. Corpo de Segurança Pessoal

4. Centro de Inativação de Explosivos e Segurança em Subsolo

5. Grupo Operacional Cinotécnico