A Confederação Nacional da Agricultura (CNA) afirmou nesta quarta-feira que a eventual redução de exportações para Angola é “um sinal de alarme” perante as opções estratégicas nacionais viradas para as vendas ao exterior. “Estamos na iminência de Angola “cortar” em várias exportações nacionais em bens agro-alimentares (óleo, farinhas, arroz, açúcar, sumos, água, cerveja). ‘Cortes’ de cerca de um terço do total das nossas exportações para Angola, já calculados em mais de 200 milhões de euros”, alerta a CNA num comunicado.

A CNA refere que “o essencial do esforço oficial” tem estado centrado nas exportações, levando à consolidação de “grandes empresas agro-industriais” e à concentração de certas fileiras vocacionadas para a exportação em detrimento da produção agrícola agro-alimentar nacional e o do mercado interno. “Gerou-se um profundo desequilíbrio entre as condições proporcionadas à produção nacional virada para o consumo interno e as proporcionadas à produção (intensiva) agro-industrial virada para a exportação”, critica a organização.

A CNA sublinha também que, tal como aconteceu com o embargo da Rússia, “a consumarem-se os ‘cortes’ nas exportações para a Angola, os prejuízos podem ser insuportáveis para várias dessas empresas exportadoras, para a produção e produtores nacionais com que operam”. Assinala, por isso, que “é tempo do governo encarar como prioridade a produção nacional (familiar) virada para o mercado interno” e apela a uma “melhoria urgente da rede de mercados locais e regionais”.

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