O chefe do Pentágono indigitado, Ashton Carter, afirmou na quarta-feira que é necessário infligir uma “derrota definitiva” ao Estado Islâmico, uma das suas três prioridades para o cargo, declarou hoje o responsável perante o Senado norte-americano.

Carter foi ouvido na quarta-feira pelo Senado norte-americano, com o objetivo de ser confirmado no cargo, durante mais de cinco horas, tendo ainda respondido a um questionário escrito de 300 perguntas.

Perante os senadores, Ashton Carter definiu três prioridades: o chefe do Pentágono indigitado quer manter a presença militar em três frentes estratégicas para os Estados Unidos, que são o Médio Oriente — onde previu uma larga batalha para pôr fim ao Estado Islâmico -; a Ásia-Pacífico — onde a China tem vindo a aumentar o seu poder militar -; e a Europa — onde o conflito da Ucrânia com a Rússia se assume como uma prova de fogo para a aliança militar da NATO.

“Quando comecei a minha carreira na Defesa o mundo era mais simples, só havia um grande problema: a Guerra Fria e a ameaça nuclear. Agora o mundo é muito mais complicado, com mais facetas e mais ameaças. Ainda assim acredito que somos capazes de enfrentá-las”, declarou Carter.

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Chamado a ser o novo secretário da Defesa norte-americano, o físico de 60 anos e o segundo homem forte do Pentágono entre 2011 e 2013, disse compreender que “os contribuintes não entendam, e muito menos aprovem, um pressuposto de defesa que caia em derrapagens orçamentais e de falta de controlo sobre as contas”.

Carter foi alvo de fortes críticas no passado devido a um polémico programa de desenvolvimento do caça F-35, o projeto aeronáutico mais caro da história norte-americana, e cujo preço disparou em 71% para cerca de 400 mil milhões de dólares.

Por outro lado, foi elogiado pelo rápido desenvolvimento de um veículo à prova de explosivos improvisados para proteger as tropas no Iraque e no Afeganistão.

O nomeado assegurou que num mundo em mudança e com adversários emergentes, os Estados Unidos não podem dar-se ao luxo de desenvolver tecnologia militar a 10 ou 15 anos, e deve acelerar os programas de armamento e reduzir a burocracia desnecessária, algo que, disse, é uma das reformas que mais o entusiasma.

Carter é licenciado ‘cum laude’ (com distinção) pela universidade norte-americana de Yale e doutorado pela Universide de Oxford, no Reino Unido.