O presidente do Centro Tecnológico da Cerâmica e do Vidro (CTCV) defendeu esta sexta-feira em Coimbra um maior controlo de produtos importados, impedindo a entrada de produtos que não cumprem normas ambientais e de qualidade. “Não há controlo adequado”, relativamente a questões ambientais e de qualidade, a produtos importados, disse à agência Lusa o presidente do conselho de administração do CTCV, Marcelo de Sousa.

A indústria da cerâmica e do vidro portuguesa tem “preocupações ambientais” e práticas para garantir a sustentabilidade, quando aquilo que é importado “tem um rasto e um impacto ambiental tremendo”, apontou, exigindo que os produtos que não cumpram as normas sejam impedidos de entrar no mercado europeu.

Para o presidente do CTCV, há um “desequilíbrio enorme”, por se criarem “cercos a nível da legislação” às empresas nacionais, quando as importações de produtos “com uma carga de emissões muito superior”, que representam grande parte do consumo, não sofrem “o controlo devido”.

Marcelo de Sousa considerou também que deveria haver a obrigatoriedade de os produtos apresentarem “uma etiqueta energética” e que estes tivessem um “controlo alfandegário”, de modo a garantir a qualidade dos produtos, bem como a detetar a presença de “determinados componentes químicos, proibida por normas da União Europeia”, como o cádmio ou o chumbo.

“As autoridades têm de ter instrumentos de controlo e de inspeção”, exigiu o também vice-presidente da Associação Portuguesa das Indústrias de Cerâmica e de Cristalaria (APICER). O presidente do CTCV afirmou ainda que a reforma da fiscalidade verde teve um “impacto negativo” na indústria, frisando que em vez de se “penalizar as empresas”, devia-se “dar um crédito fiscal verde para as empresas que têm preocupações ambientais”.

Marcelo de Sousa falava à margem da visita do eurodeputado José Inácio Faria, do Partido da Terra, às instalações do CTCV, esta sexta-feira à tarde, a convite da APICER. José Inácio Faria é membro do Fórum Cerâmico do Parlamento Europeu, sendo a visita uma forma de “sensibilizar” o eurodeputado para questões que preocupam a indústria portuguesa.

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