O PCP anunciou nesta sexta-feira que vai questionar o Ministério da Saúde sobre “carências” nos serviços de Valongo, concelho do distrito do Porto, apontando que em Campo estão a ser substituídas “necessidades permanentes por trabalho precário”. Em conferência de imprensa após uma visita à Unidade de Saúde de Cuidados Personalizados de Campo, localidade pertencente à da freguesia Campo/Sobrado, concelho de Valongo, o PCP criticou a existência de profissionais ao abrigo de contratos Emprego-Inserção.

“Registámos a carência de meios humanos com foco muito grande na parte administrativa. Existem dois contratos Emprego-Inserção, num conjunto de quatro administrativos. É a substituição de necessidades permanentes por trabalho precário”, analisou a deputada na Assembleia da República eleita pelo distrito do Porto Diana Ferreira.

O PCP criticou o “recurso” a contratos que “são renovados todos os anos”, o que, afirmaram os comunistas, “significa sempre novos períodos de aprendizagem e uma tremenda injustiça” para os trabalhadores que “deveriam ser integrados nos quadros porque há necessidade”. Dados do PCP apontam que a unidade de saúde de Campo acolhe cerca de 8.600 utentes, contando com cinco médicos e cinco enfermeiros, meios humanos que os comunistas consideram ser “insuficientes”.

“Devemos vincar que a gestão de esforço dos profissionais é muito grande”, disse Diana Ferreira, referindo-se ao caso de Campo, e já a nível nacional defendeu que “a área da saúde no distrito do Porto tem perdido valências e serviços”, o que causa “prejuízo para os utentes porque as respostas ficam limitadas”.

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A unidade de saúde visitada esta manhã pelo PCP funciona num edifício provisório e, de acordo com o vereador comunista na câmara de Valongo, Adriano Ribeiro, foi prometido em 2011 que em 2012 as obras de um novo centro de saúde começariam para estarem prontas em 2013.

Além das “carências” específicas de Campo, o PCP prometeu juntar na pergunta que fará “ainda esta semana” ao Ministério da Saúde, outras sobre Valongo, nomeadamente sobre que “contrapartidas” estão previstas para o concelho após o encerramento das urgências do hospital.

Em causa está uma unidade de saúde, conhecida por Hospital Nossa Senhora da Conceição, que integra o Centro Hospitalar de São João (CHSJ), cuja urgência básica foi encerrada em junho de 2014, num processo que, à data da decisão, motivou ações de protesto, nomeadamente uma manifestação e uma vigília noturna à porta das instalações.

O PCP apontou ter conhecimento de “muitos constrangimentos” para os utentes de Valongo que “devido à distância, aos custos e à falta de transportes públicos” têm dificuldade em deslocar-se, em alternativa, às urgências do Hospital São João, no Porto.