O líder do partido Podemos, Pablo Iglesias, reuniu-se, esta segunda-feira, com milhares de seguidores em Nova Iorque, num encontro em que falou da necessidade de mudança em Espanha e dos perigos que a Europa enfrenta devido a velhos “dogmas”.

“Atravessamos um momento em que estão em jogo a democracia e a própria viabilidade da Europa e há que dizer-lhes — aos defensores do dogmatismo — que sejam responsáveis”, afirmou Iglesias.

O líder do partido Podemos chegou, esta noite, a Nova Iorque para participar de uma série de iniciativas académicas e para se reunir na sede das Nações Unidas com representantes de vários países, e aproveitou para dar um comício na cidade norte-americana.

Perante uma audiência, composta na sua maioria por jovens, Iglesias falou das ideias que deram origem ao seu partido político e dos desafios futuros.

Disse que para os seus adversários parece que o Podemos “é o partido do medo”, enquanto os seus responsáveis assumem o papel de “ser o partido da ilusão”. “Estamos num momento muito especial, a mudança pode ser feita”, afirmou o mesmo responsável.

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Iglesias referia-se às negociações que leva a cabo o novo Governo grego para encerrar com os seus parceiros europeus um programa que lhe permita cumprir com os seus compromissos de dívida e denunciou que estão a “asfixiar os gregos”.

“Temos umas elites políticas velhas que são incapazes de reconhecer os seus erros”, disse.

Iglesias subiu ao palanque sob aplausos, conduzindo o seu discurso, de cerca de 20 minutos, num pódio que dizia: “Podemos — The time is now” (‘É chegada a hora’).

Lamentou ainda que, como muitos dos presentes, os jovens de Espanha tenham tido que emigrar por causa da crise económica, responsabilizando “os traidores da pátria”.

“A crise implica que muita gente tenha que ir [embora], que os níveis de desemprego sejam inaceitáveis, especialmente entre os jovens, significa que a dívida do seu país é praticamente impagável”.

O líder do partido Podemos começou a visita a Nova Iorque na segunda-feira, com uma reunião com Joseph Stiglitz, Prémio Nobel da Economia, o qual, segundo disse, o inspirou nas suas posições contra a política de austeridade.