No dia em que se assinala o primeiro aniversário da revolução ucraniana que levou à deposição do ex-presidente Victor Ianukovich, mais de 35 mil pessoas saíram às ruas de Moscovo, na Rússia, para protestarem contra aquilo que resultou dos confrontos na Ucrânia e a violência usada.

A marcha, que ainda decorre, foi organizada pelo Movimento Anti-Maidan, o nome da praça que, em Kiev, se tornou o principal palco das manifestações dos ucranianos contra Ianukovich e que, a dada altura, se tornou num autêntico campo de batalha entre apoiantes e opositores do ex-governante, visto como próximo de Vladimir Putin.

Segundo a agência noticiosa russa, Ria Novosti, eram esperadas cerca de 10 mil pessoas na manifestação, mas esse número foi largamente ultrapassado, afirmou  Aleksey Mayorov, chefe da polícia de Moscovo, que autorizou a realização da marcha.

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Na manifestação, que tem como slogan “Não esquecemos! Não perdoamos!”, participam, além de muitos moscovitas, alguns antigos deputados ucranianos com posições pró-Rússia.

Segundo o Russia Today, o movimento Anti-Maidan foi fundado em janeiro por um grupo de pessoas que pensa que as consequências da revolução ucraniana poderão constituir uma ameaça para a Rússia. Desde a deposição de Ianukovich e a subida ao poder de Petro Poroshenko que a Ucrânia vive num clima de guerra civil, com diversos grupos a reivindicarem a independência de outras tantas regiões.

Em março de 2014, a Rússia anexou a península ucraniana da Crimeia. Ao mesmo tempo, no leste, na zona de Donetsk, os combates intensificaram-se, alegadamente – segundo o Ocidente – com os russos a apoiarem militar e logisticamente os separatistas. O confronto provocou mesmo o abate de um avião comercial, em julho, causando a morte a 298 pessoas.

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Entretanto, na sexta-feira à noite, em Kiev, milhares de pessoas concentraram-se na Praça Maidan (ou da Independência) para homenagear os mortos resultantes dos confrontos de há um ano.