O novo secretário da Defesa dos Estados Unidos, Ashton Carter, chegou este sábado a Cabul para discutir com os líderes do Afeganistão o futuro da presença militar norte-americana no país. Poucos dias depois de ter assumido o cargo, Ashton Carter realiza assim a primeira visita oficial – não anunciada – ao país para onde foram destacadas, há mais de 13 anos, tropas norte-americanas.

Antes de aterrar na capital afegã, Ashton Carter explicou aos jornalistas a bordo do avião o motivo pelo qual escolheu o Afeganistão como destino na primeira semana como secretário da Defesa: “Ainda temos aqui 10 mil tropas norte-americanas. É deles que me lembro sempre em primeiro lugar”.

Carter informou que vai reunir-se com o Presidente afegão, Ashraf Ghani, e com outros líderes, bem como com dirigentes e diplomatas dos Estados Unidos, de modo a que possa fazer a sua “própria avaliação do progresso” e do “caminho a seguir”.

A visita surge numa altura em que o Presidente norte-americano, Barack Obama, tem pela frente uma decisão sobre o calendário da retirada das tropas. Ao abrigo do atual plano, o contingente de 10 mil efetivos deve ser reduzido para cerca de cinco mil no final deste ano e totalmente retirado até ao final de 2016, altura em que Barack Obama abandona o cargo.

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Contudo, a Administração norte-americana já ajustou o ritmo da retirada, permitindo que mil soldados adicionais permanecessem no país este ano. O comandante norte-americano no terreno, o general John Campbell, deu a entender ser a favor de um maior abrandamento da retirada das tropas, apesar de os detalhes relativos às opções possíveis apresentadas a Obama não serem claros.

Ao prestar juramento diante dos senadores, no início do mês, Carter afirmou estar aberto a rever o calendário da retirada das tropas se necessário. Líderes afegãos e alguns deputados instaram Obama a reconsiderar o calendário, advertindo que uma retirada prematura dos Estados Unidos pode colocar em risco a segurança e desencorajar a ajuda internacional.

Durante a visita, Carter deverá reunir-se com o general John Campbell, bem como com o general Lloyd Austin, que supervisiona as operações militares norte-americanas no Médio Oriente e na Ásia Central, que viajou para Cabul para participar das conversações.