A ministra do Comércio de Angola disse nesta terça-feira que importadores de bebidas portuguesas estão a mostrar alguma “renitência” à intenção do Governo angolano de aplicar quotas de importação nos setores com excedentes de produção, como o das bebidas. Rosa Pacavira falava hoje no parlamento angolano no âmbito das discussões na especialidade da revisão do Orçamento Geral do Estado (OGE) para 2015.

Depois de verificados excedentes de produção no setor das bebidas, referiu a ministra, o momento agora é de reduzir consideravelmente a entrada de produtos nesta área, designadamente águas e cervejas. “Há linhas mesmo de produção de cervejas que ainda não arrancaram e então pensamos que em 2015 e 2016 poderão arrancar, se reduzirmos as importações de bebidas em Angola e também estimular para que outros agentes económicos possam intervir no setor das bebidas”, sublinhou.

Entretanto, Rosa Pacavira fez saber que principalmente importadores de Portugal têm mostrado alguma “renitência” neste processo. “Temos alguma renitência principalmente dos importadores de Portugal, que trazem Sagres, Super Bock e outras bebidas, que querem de facto continuar com grandes volumes de importação para Angola desse tipo de bebidas, mas temos estipuladas quotas de importação de bebidas, então vão sujeitar-se a estes mecanismos”, frisou.

A governante adiantou que a aplicação das quotas de importação ainda não se iniciou, já que decorrem trabalhos sobre os mecanismos para a sua execução, que implica, entre outras medidas, o recenseamento de todos os agentes económicos.

“Se querem importar devem estar inscritos no Ministério do Comércio, devem ter as suas contas auditadas e regulares, devem pagar as taxas devidas ao Estado e não devem ser devedores do Estado. Um outro requisito é terem infraestruturas no país para a sua atividade em marcha, o que não se verifica, a maior parte dos importadores são estrangeiros e alugam apenas”, lamentou a ministra.

Relativamente à subida de preços verificada em Angola, a titular da pasta do Comércio garantiu que os preços estão normalizados após intervenção do Governo. “Muitos agentes económicos queriam aproveitar-se da situação e tiveram uma semana de uma subida vertiginosa de preços de produtos alimentares, mas rapidamente a nossa inspeção agiu em conformidade e hoje os preços estão regulamentados”, concluiu.

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