O ex-presidente do Banco Espírito Santo (BES) volta a ser ouvido na comissão parlamentar de inquérito aos atos de gestão do BES e do Grupo Espírito Santo (GES) no dia 19 de março, quinta-feira da próxima semana. A audição está agendada para as 16 horas.

Ricardo Salgado já tinha manifestado o seu interesse em voltar a dar explicações ao Parlamento, na sequência dos vários testemunhos e de informações reveladas desde a sua primeira audição, que questionam a sua gestão à frente do BES. Um dos temas que Salgado quererá esclarecer são as primeiras conclusões da auditoria forense que apontam para atos dolosos de gestão danosa e incumprimentos repetidos por parte da gestão do banco de ordens dadas pelo Banco de Portugal. Também os deputados manifestaram logo intenção de voltar a ouvir o antigo presidente do BES e do GES. O antigo banqueiro será ainda confrontado com as declarações do contabilista do GES, Machado da Cruz, que o comprometem no conhecimento e montagem do esquema de ocultação de passivo da Espírito Santo Internacional desde 2008.

A primeira audição de Salgado, realizada no dia 9 de dezembro, foi a mais longa realizada até agora tendo durado dez horas com intervalo para almoço. Tendo em conta toda a informação e testemunhos que contrariam a sua versão dos factos, espera-se uma nova maratona.

A reunião de coordenadores aprovou esta quinta-feira mais quatro sessões para voltar a ouvir o governador do Banco de Portugal e o presidente da Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). Carlos Costa e Carlos Tavares, que têm mostrado divergências quanto à solução para os clientes do papel comercial do BES, são ouvidos no mesmo dia, a 24 de março. O presidente da CMVM fica para a tarde. A ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, fecha o ciclo de audições desta comissão de inquérito no dia 25 de março.

Já agendadas para o dia 17 de março estavam as audições do presidente do BPI, Fernando Ulrich, e do vice-primeiro-ministro Paulo Portas. Aguarda-se ainda a chegada das respostas por escrito de algumas personalidades públicas, entre os que ainda faltam, estava Vítor Constâncio, e dos responsáveis da troika.

O relatório da comissão de inquérito tem de estar pronto e aprovado ate 20 de abril.

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