Se a Grécia sair do euro, a Espanha e a Itália abandonarão igualmente a moeda única. É isto que antevê Panos Kammenos, o ministro grego da Defesa, numa entrevista ao jornal alemão Bild, publicada este sábado, escreve a Reuters. “Se a Grécia explodir, a Espanha e a Itália são as próximas. A certa altura, será a vez da Alemanha. É necessário que encontremos uma solução dentro da zona euro, mas esta solução não pode ser que os gregos continuem a pagar”, disse.

O ministro da Defesa falou duramente sobre o ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schaeuble, acusando-o de perseguição. “Não percebo porque é que ele [Schaeuble] se vira contra a Grécia todos os dias. É uma espécie de guerra psicológica e Schaeuble está a envenenar a relação entre os dois países desta forma”. Panos Kammenos acusou Berlim de interferir nos assuntos internos gregos, com uma intenção clara, na sua opinião. “Tenho a sensação de que o Governo alemão está atrás de nós e alguns querem mesmo empurrar-nos para fora da zona euro”, disse.

Para Panos Kammenos, a solução para a Grécia não passa por um terceiro programa de assistência, mas sim por um “haircut semelhante aquele que a Alemanha obteve na conferência sobre a dívida em Londres, em 1953″. Esta semana, a Grécia relançou a campanha para exigir reparações à Alemanha pela segunda guerra e a invasão nazi. “A nossa obrigação histórica é reclamar o empréstimo forçado e as reparações”, disse Alexis Tsipras na segunda-feira. Dois dias depois, o ministro da Justiça, Nikos Paraskevopoulos, disse estar pronto a assinar uma lei que exige as reparações de guerra, bem como a apreensão de ativos alemães na Grécia.

Quanto a isto, Panos Kammenos disse na entrevista ao Bild que “o ouro que os Nazis levaram de Atenas para Berlim valia muito dinheiro”. Por isso mesmo, acrescentou: “Esperamos uma compensação por isso e também pelo empréstimo forçado e pela destruição de estátuas arqueológicas”.

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