Voltemos à pergunta do título: Porque é que o código do aeroporto de Paris é CDG? Reposta: Porque quando foi necessário dar um código ao aeroporto parisiense aproveitou-se a ocasião para homenagear Charles de Gaulle,  o general francês que liderou as forças francesas durante a II Guerra Mundial. CDG são as suas iniciais.

E porque é que o aeroporto de Buenos Aires tem o código EZE? Neste caso porque são as três primeiras letras de “Ezeiza”, o partido da província da capital argentina onde o aeroporto está localizado.

Quem descobriu estas e outras explicações para os códigos menos óbvios dos aeroportos em todo o mundo foi Lynn Fisher, uma desenhadora americana que adora viajar pelo mundo. Quando planeava mais uma visita de avião havia sempre uma dúvida que a perseguia: porque é que os códigos de alguns aeroportos não são intuitivos?

Para responder a esta pergunta, Lynn juntou-se a Nick Crohn e criaram um site onde compilam os códigos de todos os aeroportos do mundo, mesmo daqueles cuja identificação nada tem a ver com a sua localização. Chama-se Airport Codes e pode visitá-lo aqui.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

O El País esclarece que alguns códigos faziam sentido até 1930, quando ainda eram compostos por apenas duas letras. Depois a Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) – a entidade que gere os códigos – determinou que aumentassem para três letras. Para não dificultar muito, o aeroporto de Los Angeles junto um X à identificação e ficou LAX, porque sim. Em Espanha, tanto o aeroporto de Sevilha – SV – como o de Santiago de Compostela – SC – optaram por juntar a mesma letra ao alfabeto: “Q”. Também sem nenhuma explicação aparente, apenas porque era necessário.

E em Portugal? O aeroporto da Portela, em Lisboa, tem o código LIS simplesmente por serem as primeiras três letras da cidade onde está localizado. Já o aeroporto Francisco Sá Carneiro, no Porto, tem o código OPO porque, em inglês, o nome da cidade é dito Oporto. A sul, o aeroporto de Faro tem o código FAO: são as duas primeiras e a última letras da cidade.

No arquipélago da Madeira, o aeroporto recebeu o código FNC, de Funchal. Nos Açores, existem quatro aeroportos: aeroporto João Paulo II (Ponta Delgada), aeroporto da Horta, aeroporto de Santa Maria e aeroporto das Flores. Nenhum  delesconsta na lista de Flynn.

Há entradas no site que permanecem um mistério. É o caso do aeroporto internacional de Pearson, no Canadá, cujo código é YYZ. Salvo algumas excepções, os códigos dos aeroportos canadianos começam por Y. Quanto ao “YZ” seguinte, presume-se que tem origem no código de uma antiga estação de comboio que passava por ali.

Estranhos ou não, estes códigos são sempre úteis para identificar linhas aéreas, descobrir destinos e controlar os documentos de tráfego por parte dos trabalhadores do aeroporto.