Os EUA negoceiam com o Qatar o futuro de cinco talibãs, que podem ser livres de voltar ao Afeganistão um ano depois da sua libertação numa troca por um prisioneiro norte-americano, disse, este domingo, o chefe da CIA.

“Quero ter a certeza que não lhes vai ser permitido regressar ao combate”, afirmou o diretor da CIA, John Brennan, durante o ‘talk-show’ da televisão CBS “Face the Nation”.

Os cinco antigos responsáveis talibãs, considerados então ainda influentes junto da rebelião, foram transferidos da prisão norte-americana de Guantánamo, em Cuba, para o Qatar, em 31 de maio do ano passado, numa troca pelo sargento norte-americano Bowe Bergdahl, capturado em 2009.

Uma vez que a interdição de viagem que lhes foi imposta, com a duração de um ano, está prestes a expirar, levantam-se questões sobre o que vai suceder.

“Provavelmente, vão voltar para o campo de batalha, mas não vão mudar a dinâmica nem o equilíbrio. São cinco homens”, disse o general na reserva Stanley McChrystal, ex-comandante dos Estados Unidos no Afeganistão, em declarações à CNN no programa “Estado da União”.

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John Brennan afirmou estar pessoalmente envolvido nas conversações com as autoridades do Afeganistão e do Qatar, as quais “estão a analisar que tipo de mecanismos que podem ser aplicados e qual vai ser a situação destes indivíduos, se vão ser enviados de volta para o Afeganistão ou se ficam em Doha”.

A troca de Bergdahl pelos cinco talibãs desencadeou uma tempestade política em Washington, com o Presidente norte-americano, Barack Obama, a ser acusado de não ter informado o Congresso — como a lei prevê — e de ter criado um precedente ao optar por negociar com sequestradores.

Na altura, Cabul também considerou ilegal a transferência para o Qatar dos cinco prisioneiros sem acordo prévio do Governo afegão, argumentando que tal era contrário às regras internacionais e exigindo a libertação imediata dos mesmos.