Mais de metade dos gregos apoia o Governo nas negociações com as instituições credoras e defende que a proposta de acordo feito pelos parceiros seja aceite para o país voltar a ter financiamento, revela uma sondagem.

Publicada no diário Parapolitika, citada pela agência EFE, a sondagem concluí que 59% dos gregos apoia a estratégia seguida pelo executivo liderado por Alexis Tsipras nas negociações com as instituições internacionais (Comissão Europeia, Fundo Monetário Internacional e Banco Central Europeu), contra 35% que a desaprovam.

Apesar de favorável à estratégia, 47% considera que o Governo grego deve aceitar a proposta feita pelos parceiros para que seja desbloqueado o financiamento ao país, em comparação com 35% que defende a sua rejeição.

Uma outra sondagem, publicada no portal digital Newsit na sexta-feira, dava conta que metade dos gregos quer que o Governo chegue a acordo com os credores, enquanto 41% dos inquiridos não estão dispostos a medidas como o corte nas pensões e subida do IVA.

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Em relação à permanência na zona euro, 79% dos inquiridos prefere continuar a estar integrado, enquanto 19% preferia voltar ao Dracma, segundo a sondagem publicada no Parapolitika.

Se as eleições fossem hoje, o partido de Esquerda Syriza voltaria a vencer, desta vez com uma diferença de 20 pontos sobre o conservador Nova Democracia.

Já hoje, o ministro das Finanças, Yanis Varoufakis, afirmou que a Grécia precisa do apoio da Alemanha e, em particular, da chanceler alemã, Angela Merkel, na forma de palavras de “esperança”, que ajudem à recuperação económica do país e à normalização das relações com os parceiros europeus.

No seu blogue pessoal, Varoufakis explicou que Merkel podia fazer um gesto semelhante ao histórico “Discurso da Esperança” do secretário de Estado dos EUA, James F. Byrnes, em 1946, que deu à Alemanha em ruínas a possibilidade de acreditar na recuperação, crescimento e um regresso à normalidade.

Entretanto, o presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, apelou à Grécia que aceite a proposta de acordo das três instituições internacionais com o objetivo de alcançar um compromisso para um plano de reformas que permita desbloquear a ajuda financeira pendente. Em declarações ao jornal alemão “Welt am Sonntag”, citado pela EFE, Schulz disse que só pode aconselhar Atenas a não rejeitar “novamente a mão estendida”, realçando que a União Europeia está disposta a ajudar a Grécia. O presidente do Parlamento Europeu acrescentou ainda que caso este acordo não seja aceite, a Grécia tem de enfrentar “consequências dramáticas”.

Mas a paciência das instituições europeias chegou ao ponto de Schulz ter lembrado que Tsipras está a “fazer jogo político com vista a arrastar o processo”.

Não foi o único a mostrar-se enfadado com a atitude de Tsipras. Jean-Claude Juncker disse este domingo à margem do G7 que está a perder a paciência e que ficou dececionado com Alexis Tsipras. O presidente da Comissão Europeia lamenta ainda não ter recebido uma proposta do lado do Governo do Syriza.