Apareçam às 19h. Para essa hora estava agendada a tomada de posse do novo presidente, mas toda a gente que estava na sede da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP, ou apenas Liga de Clubes), no Porto, teve de esperar. Só quase meia hora depois é que Pedro Proença apareceu, engravatado, com duas folhas de papel na mão, sorridente. Subiu ao palco e demorou uns segundos a arrancar a leitura. Cinco minutos passaram e, no final, deixou um desejo guardado para a última frase: “Que de hoje a quatro anos recordemos este dia como o início de uma jornada, como a lembrança de onde partimos e de quão longe fomos.”

O primeiro discurso oficial do ex-árbitro, reformado desde janeiro, como presidente da Liga, serviu para sublinhar os objetivos que constavam no programa com que se candidatou ao cargo. “É necessário intervir na primeira e na segunda ligas. Somos obrigados a definir um plano estratégico, a aumentar a competitividade, a definir um modelo justo, transparente e equitativo de distribuição das receitas, introduzir novas tecnologias, criar um modelo baseado na meritocracia e competência, e adotar as práticas das principais ligas europeias”, enumerou, no meio do discurso.

Pedro Proença tem noção disso, e disse-o. “É sobejamente sabido que estamos no meio de uma encruzilhada”, lembrou, antes de reforçar que o futebol português “atravessa um período sensível” e de “insolvência financeira”. A culpa, prosseguiu, está, em parte, na “existência de um modelo competitivo virado para o negócio e à falta de capacidade de atrair público e parceiros”. O novo presidente da Liga defendeu que ele e a direção que o acompanha serão “capazes de enfrentar este desafio”.

Mas frisou, várias vezes, a necessidade de os clubes “estarem juntos” e “unidos”. Que o apoiem no “caminho da esperança e da unidade do projeto”, e não no do “conflito e da discórdia”. Proença acredita que há condições para “tudo dar certo” por ver no futebol português muitas coisas boas: “Temos os melhores jogadores do mundo, treinadores de mérito reconhecido internacionalmente, árbitros de craveira mundial, dirigentes competentes e empresários bem-sucedidos, organizamos com excelência fases finais de competições.” É com isto na cabeça que o novo presidente deseja ver Liga, clubes e dirigentes a “caminharem juntos”.

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