O FC Porto vai defrontar, no dia 4 de novembro, o Maccabi Tel Aviv num jogo a contar para a fase de grupos da Liga dos Campeões. Quando se conheceram os adversários dos dragões criou-se, quase instantaneamente, um burburinho que dava conta que Brahimi, conhecido apoiante da causa palestina, poderia recusar-se a viajar para Israel. O argelino já utilizou as redes sociais para reagir, afirmando que essa decisão pertence apenas a ele próprio e ao seu clube. Ficou-se então pelo “não confirmo nem desminto”.

Mas o caso de Brahimi não é único. As tensões entre israelitas e palestinianos têm dado origem a várias polémicas e boicotes no mundo do futebol ao longo dos anos. Algumas envolvendo o futebol português:

Israel-Portugal – Abril de 2013

Israeli midfielder Gal alberman (back) is challenged by Portuguese forward Cristiano Ronaldo (front) during the FIFA 2014 World Cup European zone qualifying group F match between Israel and Portugal at Ramat Gan Stadium, near Tel Aviv, on March 22, 2013. AFP PHOTO / JACK GUEZ (Photo credit should read JACK GUEZ/AFP/Getty Images)

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Em Tel Aviv a seleção portuguesa empatava a 3 bolas com Israel num jogo a contar para a fase de qualificação do Mundial de 2014. E Cristiano Ronaldo ficou, naturalmente, no centro das conversas e manchetes nos dias a seguir. Mas não foi por causa do jogo jogado. A estrela lusa terá recusado trocar de camisola com os jogadores israelitas. Chegaram a surgir notícias de que o jogador do Real do Madrid terá desabafado nos balneários que não trocava a camisola com “assassinos”.

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Esta notícia pode ter muito de especulação, mas as imagens registaram Ronaldo a sair de campo com a camisola vestida e a ignorar os pedidos dos israelitas.

Hapoel Tel Aviv-Académica – 2012 

PRETORIA, SOUTH AFRICA - JUNE 23: Rafik Halliche of Algeria ahead of the 2010 FIFA World Cup South Africa Group C match between USA and Algeria at the Loftus Versfeld Stadium on June 23, 2010 in Tshwane/Pretoria, South Africa. (Photo by Phil Cole/Getty Images)

(Photo by Phil Cole/Getty Images)

Em 2012 a Académica defrontou o Hapoel Tel Aviv para a Liga Europa. O argelino Rafik Halliche, na altura a jogar nos estudantes, terá simulado uma lesão para não jogar contra os israelitas. Este episódio causou polémica em Israel, tendo sido o treinador da briosa à época, Pedro Emanuel, inundado com perguntas dos jornalistas israelitas sobre a real situação do jogador magrebino.

Basileia-Maccabi Tel Aviv – 2013

Switzerland's FC Basel midfielder Mohamed Sala celebrates after scoring against Maccabi Tel Aviv FC at the Bloomfield stadium in the coastal city of Tel Aviv on August 6, 2013 during the UEFA Champions League third qualifying round football match between Maccabi Tel Aviv and FC Basel. AFP PHOTO / JACK GUEZ (Photo credit should read JACK GUEZ/AFP/Getty Images)

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Num jogo a contar para a pré-eliminatória da Liga dos Campeões o jogador egípcio, que já jogou no Chelsea de José Mourinho, e à época era jogador dos suíços do Basileia, utilizou uma técnica original para não cumprimentar os jogadores israelitas antes da partida. Salah fechou os punhos ao cumprimentar os adversários em vez dos habituais apertos de mão.

“Jogo da Paz” entre Israel e Palestina

JERUSALEM, ISRAEL - MAY 19: In this handout image provided by the Government Press Office, Prime Minister of Israel Benjamin Netanyahu (2nd L) meets with FIFA president Sepp Blatter (2nd R) May 19, 2015 in Jerusalem, Israel. The two met regarding a possible motion by the Palestinian Football Association to have Israel suspended from FIFA. (Photo by Amos Ben Gershom GPO via Getty Images)

(Photo by Amos Ben Gershom GPO via Getty Images)

Já em 2015 o Presidente da FIFA, Joseph Blatter, promoveu um “jogo da paz” entre Israel e Palestina, com o objetivo de lutar pelo entendimento entre os dois países através do futebol. Porém, se o lado israelita, através do seu Primeiro-Ministro Benjamin Netanyahu, se mostrou prontamente disponível para disputar este jogo, já do lado palestiniano a recusa foi categórica, mantendo inclusive o pedido de suspensão de Israel na FIFA.

Qualificação Mundial 1950

Já em 1950 as tensões entre os países muçulmanos e Israel tinham repercussões no futebol. Na fase de qualificação para o mundial de 1950, o grupo de Israel era composto pela Turquia, Sudão e Indonésia. Resultado? Israel ficou sem adversários. Todos se recusaram a jogar com os israelitas.

A FIFA ficou naturalmente insatisfeita com esta situação e criou uma regra que estipulava que nenhuma equipa podia entrar no Campeonato do Mundo sem ter feito pelo menos um jogo de qualificação. Ficou assim decidido que Israel iria jogar contra uma equipa europeia sorteada e que tivesse perdido o seu grupo. E aqui começa uma história curiosa e um mistério nunca antes resolvido. Quem ficou incumbido de defrontar Israel foi a Bélgica, que também se recusou a participar na partida. Porquê? Ninguém sabe. Finalmente, acabou por ser o País de Gales a única equipa a defrontar a equipa israelita nesta fase de qualificação.